Com informações do Sintepp
Nesta sexta-feira, 31 de janeiro, trabalhadores da educação do Pará realizaram uma marcha pela cidade de Belém, intensificando a greve iniciada no dia 23 de janeiro contra as políticas educacionais do governo estadual. A manifestação, que teve início na Praça da República, foi marcada por gritos de ordem e uma clara denúncia da precarização do ensino público no Estado do Pará, simbolizada pela recente sanção da Lei 10.820/2024, que tem gerado um forte embate entre o governo de Helder Barbalho e servidores.
A principal exigência dos professores, organizados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), é a revogação imediata dessa lei, considerada por eles como um ataque direto aos direitos dos educadores e à qualidade da educação no estado. A medida, sancionada pelo governador Helder Barbalho, estabelece uma série de mudanças que, segundo os manifestantes, aprofundam o desmonte da educação pública, afetando negativamente tanto as condições de trabalho dos professores quanto a formação dos estudantes.
Na marcha, os trabalhadores não se limitaram a criticar o governador, mas também direcionaram seus protestos ao atual secretário de Educação, Rossieli Soares, com o grito de ordem “Fora Rossiele”. O secretário, que assumiu a pasta em meio a um cenário de cortes e desinvestimentos na educação pública, é visto como o principal responsável pelas políticas que, para muitos, só contribuem para a precarização do sistema educacional do estado.
Os manifestantes também aproveitaram a ocasião para se opor ao evento da COP 30, que será realizado em Belém no final deste ano. Sob o slogan “Não vai ter COP, vai ter luta”, os trabalhadores criticaram o evento que, segundo eles, serve apenas aos interesses da elite e da burguesia, enquanto os trabalhadores e povos originários da região continuam sendo marginalizados e explorados.
Enquanto a greve continua a ganhar força, uma reviravolta judicial na noite de quinta-feira, 30, traz novos desafios para os trabalhadores. A Justiça do Estado do Pará declarou a greve do Sintepp ilegal e abusiva, determinando o retorno imediato dos professores às salas de aula. A decisão, que foi tomada após uma ação movida pelo governo estadual, alega que a greve foi deflagrada sem o devido esgotamento das negociações e sem garantir a manutenção mínima das atividades educacionais. Contudo, o sindicato informou em nota que não foi oficialmente notificado e os educadores decidiram manter a paralisação.