Evento será realizado em 3 de outubro na UFABC, com participação de entidades sindicais, movimentos sociais e setores acadêmico e tecnológico.

A ascensão da Inteligência Artificial (IA) no setor público, especialmente no Judiciário, já é uma realidade no Brasil. Diante dos desafios e impactos dessa transformação, será realizada em 3 de outubro a I Conferência Nacional “Inteligência Artificial com Direitos Sociais”, na Universidade Federal do ABC (UFABC), em São Bernardo do Campo/SP.

Promovida pela Frente Inteligência Artificial com Direitos Sociais, a conferência reunirá representantes de movimentos sindicais e sociais, além de especialistas do meio acadêmico e tecnológico, com o objetivo de promover um amplo debate sobre os efeitos da IA no mundo do trabalho e na proteção dos direitos sociais.

Entre os principais objetivos do evento estão:

• Debater os impactos da IA no mercado de trabalho, especialmente em países em desenvolvimento como o Brasil;
• Formular propostas e reivindicações que garantam a proteção dos trabalhadores, participação democrática nas decisões tecnológicas e a distribuição justa dos ganhos de produtividade;
•  Promover a soberania digital e de dados, por meio de infraestruturas públicas e tecnologias abertas;
•  Discutir o poder das Big Techs na mediação social e propor políticas para o combate à desinformação;
•  Elaborar um plano de ação para pressionar por políticas públicas e regulamentações que mitiguem desigualdades.

A Fenajufe (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União), uma das entidades apoiadoras da iniciativa, destaca a importância estratégica da conferência. A federação ressalta que a rápida adoção de sistemas de IA nos serviços públicos, incluindo no Poder Judiciário e no MPU, exige vigilância e articulação do movimento sindical e da sociedade civil.

A federação também alerta que, embora a IA prometa avanços em eficiência e inovação, sua implementação — atualmente controlada majoritariamente pelas grandes corporações de tecnologia — pode aprofundar desigualdades e fragilizar garantias trabalhistas se não for devidamente regulada.

Com a IA cada vez mais presente nas decisões judiciais e em outros setores produtivos, a Fenajufe reforça a convocação para que os sindicatos e demais organizações sociais participem ativamente da conferência e se mantenham mobilizados diante das profundas mudanças em curso no mundo do trabalho.

*Com informações da Fenajufe, editado por Sindjuf-PA/AP