O evento promoveu debates de temas importantes, como cotas raciais, comunicação antirracista e organização sindical
A Fenajufe esteve presente no II Encontro Nacional do Coletivo de Negras e Negros da Fenajud, realizado no Rio de Janeiro, entre 25 e 27 de setembro. O encontro, que trouxe o tema “Fortalecendo Coletivos, Articulando Lutas: Classe, Raça e Gênero no Judiciário”, foi muito mais do que um espaço de debates: foi um momento de partilha, emoção e fortalecimento das lutas que unem o movimento sindical e o movimento negro.
A coordenadora da Fenajufe, Sandra Dias, representou a Federação e integrou a mesa de abertura, reafirmando o propósito central do evento: a união de servidores e servidoras contra o racismo e todas as formas de desigualdades.
Durante três dias, mais de 70 pessoas mergulharam em diálogos necessários sobre cotas raciais; quilombos; comunicação antirracista; papel das mulheres negras nas direções sindicais e os desafios de enfrentar as desigualdades ainda tão presentes no Judiciário e na sociedade. As falas trouxeram não só dados e análises, mas histórias de vida, trajetórias de resistência e a certeza de que a luta coletiva transforma realidades.
Entre os destaques, o debate sobre as cotas raciais no Judiciário levantou reflexões importantes sobre os avanços e os desafios para efetivar políticas afirmativas e ampliar a representatividade negra no sistema de justiça.
Outro momento marcante foi a mesa sobre o papel da mulher negra nas direções sindicais, que trouxe reflexões profundas sobre como a presença dessas mulheres em espaços de decisão impacta a vida coletiva, política e sindical no Brasil. Histórias de superação e resistência emocionaram os presentes e reforçaram a urgência de ampliar a representatividade e transformar as estruturas do movimento sindical a partir de uma perspectiva feminista e antirracista.
Também ganharam força as discussões sobre os quilombos, a comunicação antirracista e a organização sindical como instrumentos de resistência e transformação social.
Após três dias de intensos debates, os participantes aprovaram a “Carta do Rio de Janeiro”, que sintetiza as reflexões e reafirma o compromisso com uma atuação sindical e social antirracista. Um documento construído a muitas vozes, cheio de esperança e firmeza, que aponta caminhos para o futuro.
A presença da Fenajufe reforçou a importância da união nessa caminhada, como destaca a coordenadora Sandra Dias, “a luta de pessoas negras por maior representatividade nos espaços sindicais alcança todas as esferas da classe trabalhadora. Daí a importância desse debate conjunto entre as federações, Fenajufe e Fenajud, sobre enfrentamentos, desafios e superações que permeiam a atuação de servidoras e servidores negros que trabalham no Poder Judiciário. A participação efetiva de pessoas negras em tais espaços é indispensável à construção de uma sociedade plural e antirracista”.
**Com informações da Fenajud