quarta-feira, 8 outubro, 2025
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IA: I Conferência Nacional Inteligência Artificial com Direitos Sociais defende soberania tecnológica e digital no país

Fenajufe passa a integrar oficialmente a frente, compondo sua Executiva Operacional ao lado de outras entidades

A Fenajufe participou da I Conferência Nacional por Inteligência Artificial com Direitos Sociais, realizada nos dias 2 e 3 de outubro em São Bernardo do Campo (SP). O evento reuniu representantes dos movimentos social e sindical, além do meio acadêmico, vindos de 18 estados, para debater os impactos da IA no mercado de trabalho e os desafios da regulamentação e implementação no Brasil — tendo como eixo central a necessidade de desenvolver a soberania tecnológica e digital no país como forma de preservação da soberania nacional.

Pela Fenajufe, participaram as coordenadoras Sandra Dias, Fernanda Lauria e Samanta Gazelli. Também estiveram presentes os coordenadores Fábio Saboia e Kelma Lima, representando seus sindicatos, Sintrajufe/CE e Sindissétima/CE, respectivamente; além de demais sindicatos filiados convocados pela Fenajufe.

Confira informe dos coordenadores sobre o evento:

Entre os temas debatidos estão: Sindicalismo e a luta por Direitos Sociais e Sindicais na Era da IA; IA e o Futuro do Trabalho: Substituição ou Complementaridade?; e Desafios da Regulamentação da IA no Congresso Nacional.

Uma dos principais temas foi abordado pelo professor Sérgio Amadeu, da Universidade Federal do ABC, que destacou que a IA “não é apenas um software, mas uma megamáquina que exige uma gigantesca infraestrutura — incluindo data centers massivos que consomem energia e água em escala descomunal, com sérios impactos socioambientais”. Segundo ele, “essa megamáquina não se limita à tecnologia física, mas envolve a própria organização do poder e do trabalho”.

Nesse sentido, a preocupação de se desenvolver uma inteligência artificial inteiramente brasileira tem como premissa garantir que o avanço tecnológico sirva às pessoas — e não às corporações – e que esteja calcada na responsabilidade ambiental e social, visto os fortes impactos dessa tecnologia na organização das relações de trabalho e na própria estruturação da sociedade.

Assista as palestras na integra:

Manifesto de São Bernardo do Campo pela Inteligência Artificial com Direitos Sociais

Ao final da conferência, foi aprovado o Manifesto de São Bernardo do Campo, que faz um alerta importante: “o movimento sindical precisa se acercar dos projetos de lei sobre regulamentação de Big Techs e Inteligência Artificial que tramitam no Congresso Nacional, participando ou promovendo audiências públicas e conclamando os parlamentares a votar em leis que beneficiem os(as) trabalhadores(as) e usuários(as) dos serviços públicos.”

O texto convoca à ação: “Nossa tarefa é imensa, mas não há razão para temor. A história mostrou que, quando o povo brasileiro se organiza, nenhum poder é capaz de deter sua marcha. Este é o momento de transformar a angústia em coragem, a ameaça em esperança, a tecnologia em ferramenta de soberania.”

O documento firma compromisso: “lutaremos para que a inteligência artificial seja instrumento de direitos, liberdade e justiça social. Daqui, de São Bernardo do Campo, lançamos ao Brasil e ao mundo este compromisso coletivo. Que ressoe em cada fábrica, em cada escola, em cada sindicato, em cada universidade e comunidade, como o ponto de partida de uma era em que a tecnologia foi posta a serviço da humanidade.”

Além disso, o documento reafirma a luta da classe trabalhadora em defesa de pautas importantes, como:

  1. Redução da jornada de trabalho — essencial para distribuir os ganhos de produtividade e gerar novos empregos. O fim da escala 6×1 e a adoção da jornada de quatro dias semanais foram demandas recorrentes.
  2. Negociação coletiva obrigatória — para que as empresas sejam obrigadas a negociar com os sindicatos a implementação de novas tecnologias, garantindo transparência, supervisão humana e limites ao monitoramento digital.
  3. Proteção contra o adoecimento — o monitoramento constante e a sobrecarga gerados pelas novas tecnologias têm causado novos tipos de doenças psíquicas; o direito à desconexão foi apontado como essencial.
  4. Combate à desigualdade digital — preocupação com a possibilidade de acesso restrito a ferramentas avançadas de IA, o que poderia aprofundar a exclusão social, educacional e regional.


► Leia o documento na integra e saiba mais AQUI.

Fenajufe integra a Frente Inteligência Artificial com Direitos Sociais

A partir da conferência, a Fenajufe passa a integrar oficialmente a Frente Inteligência Artificial com Direitos Sociais, compondo sua Executiva Operacional ao lado de outras entidades dos movimentos sindical e social de todo o Brasil. Uma das tarefas destas entidades será a construção de debates regionais nos estados, ampliando a participação das entidades de diversos setores e promovendo uma articulação nacional sobre os impactos da IA.

Por fim, a Federação reafirma seu compromisso nesses espaços de debate e formulação de políticas públicas, reconhecendo que a inteligência artificial já é uma realidade no Judiciário brasileiro e em diversos setores da economia nacional. Por isso, a Fenajufe reforça: é preciso que a classe trabalhadora permaneça organizada e mobilizada para garantir a implementação do avanço tecnológico e da soberania digital do país, mas de forma sempre atrelada aos direitos e justiça sociais.

 
Fonte: https://www.fenajufe.org.br/noticias-da-fenajufe/i-conferencia-nacional-inteligencia-artificial-com-direitos-sociais-defende-soberania-tecnologica-e-digital-no-pais/

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