O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse que o fim da escala 6×1 está se aproximando e chamou trabalhadores e trabalhadoras a se mobilizarem para acelerar esse processo. As declarações, que também trataram da pejotização e da uberização, foram dadas em entrevista publicada nesta semana no jornal Folha de S. Paulo.
Perguntado sobre jornada e escala de trabalho, Marinho defendeu a redução para 40 horas semanais dizendo ser “plenamente possível sair da 6×1 com negociação coletiva sem atropelos”. E mandou uma mensagem aos empresários: “vão estudando o assunto, vão se preparando, porque vai chegar o fim da 6×1 e nós precisamos acelerar esse processo”. Para isso, porém, ressaltou que “os trabalhadores precisam continuar o processo de mobilização, porque ainda não se tem unanimidade no parlamento e no empresariado”. Ele deu como exemplo a ampliação da isenção do imposto de renda, recém aprovada, afirmando que o que levou à aprovação foi “a expressão popular nas ruas”.

Pejotização é fraude
Marinho tratou também da pejotização e, ao comentar a decisão de Gilmar Mendes de suspender todos os processos relacionados ao tema, avaliou a ação do ministro do Supremo Tribunal Federal como “totalmente equivocada”. Para ele, “a pejotização é um risco para o desenvolvimento do país. A partir da reforma trabalhista, o Supremo respaldou uma terceirização exagerada e que acabou mandando todo mundo ser MEI”. E foi além: “O que está em voga neste momento não é que o trabalhador quer ser PJ, e sim que o patrão está demitindo e amanhã esse trabalhador volta como PJ. Isso é fraude. E é isso que está sendo patrocinado pela decisão em discussão. É uma crueldade do capital perante o trabalhador indefeso”.
Relação de escravização
A entrevista ainda discutiu a questão da “uberização” e do trabalho vinculado a plataformas. Para o ministro do Trabalho, nesses casos “cabe uma relação autônoma, mas autônoma com direitos. Porque senão acaba sendo uma forma de organizar o capital para escravizar o motorista. Hoje, a relação das plataformas com os trabalhadores é de escravização”.
Mobilizações
O fim da escala 6×1, a redução da jornada de trabalho e a luta contra a pejotização e a uberização têm sido objeto de reiteradas manifestações dos trabalhadores e trabalhadoras. Em abril deste ano, por exemplo, a Marcha da Classe Trabalhadora, em Brasília, reuniu trabalhadoras e trabalhadores do campo e da cidade, de todas as regiões do país, em defesa de direitos e por condições dignas de trabalho e de vida. Poucos dias depois, no 1º de Maio, os mesmos temas estiveram em pauta. Os protestos se repetiram no dia 7 de setembro, Dia da Independência, e, pouco depois, no dia 21 do mesmo mês, onde grandes mobilizações em todo o país ajudaram a derrotar a PEC da Blindagem e a aprovar a ampliação da isenção do imposto de renda. Essas mesmas manifestações reivindicaram também o fim da escala 6×1.
Faz parte dessa mesma luta a defesa da revogação da reforma trabalhista de 2017, de Michel Temer (MDB). Além das mobilizações de rua que também incorporam essa pauta, na última terça-feira, 11, o Sintrajufe/RS e a Fenajufe participaram da audiência pública “Novas relações de trabalho e o papel do Judiciário”, realizada pelas comissões de Trabalho e de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados. Veja AQUI como foi.
Foto/Crédito: Valter Campanato/Agência Brasil
Fonte: https://sintrajufe.org.br/vai-chegar-o-fim-da-6×1-mas-os-trabalhadores-precisam-continuar-o-processo-de-mobilizacao-diz-ministro-do-trabalho/





