quinta-feira, 7 novembro, 2024
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Adoecimento mental no ambiente de trabalho: Confira dicas para cultivar saúde e bem-estar

Acordar cedo para encarar a rotina de trabalho é uma realidade para muitos, mas nem sempre essa tarefa é fácil. O ambiente profissional, para algumas pessoas, pode representar um lugar de insegurança, medo e ansiedade, especialmente quando se enfrenta algum tipo de violência, como assédio moral, sexual e discriminações.

Adoecimento mental e o impacto global

De acordo com um relatório de 2022 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), quase 23% das pessoas empregadas enfrentaram algum tipo de violência ou assédio no trabalho, abrangendo aspectos físicos, psicológicos ou sexuais. O estudo revela ainda que 17,9% dos homens e mulheres empregados relataram terem sido vítimas de violência e assédio psicológicos durante suas trajetórias profissionais.

A OIT estima que cerca de 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente devido à depressão e ansiedade, representando um custo significativo de quase um trilhão de dólares para a economia global.

Recentemente, o Ministério da Saúde atualizou a lista de doenças relacionadas ao trabalho no país, incluindo Burnout, tentativa de suicídio e transtornos mentais.

Burnout: Quando o trabalho te esgota

O psicólogo do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá, Marcílio Filho, destaca três patologias que impactam a saúde mental das pessoas, incluindo o Burnout, caracterizado pelo “esgotamento profissional”.

“Quando alguém fica tão cansado, desmotivado e esgotado no trabalho, isso afeta a vida toda. Pesquisas indicam que altos níveis de estresse crônico, falta de reconhecimento e sobrecarga podem se tornar o Burnout”, explica o psicólogo.

Outro problema mencionado por ele é o TART, Transtorno de Ansiedade Relacionado ao Trabalho. “Ansiedade é normal, mas quando ela se associa ao trabalho e vira uma sombra constante, é TART. Pode vir por pressão constante, ambiente tóxico, ou mesmo por falta de controle sobre as tarefas. Estudos mostram que um ambiente de trabalho estressante pode ser gatilho para o TART.”

Outro caso é a Depressão Ocupacional, que ocorre quando a pessoa leva o peso do trabalho para casa e vice-versa. “A falta de apoio, excesso de pressão e falta de reconhecimento no trabalho podem ser gatilhos. Pesquisas sugerem uma ligação direta entre o ambiente de trabalho desfavorável e o aumento dos casos de depressão ocupacional.”

Ter uma relação saudável com o trabalho é possível

Apesar desses desafios, é possível cultivar uma relação mais saudável com o trabalho. O Dr. Marcílio Filho dá algumas dicas para preservar a saúde mental e o bem-estar:

  • Fazer um pouco de mindfulness (técnica de atenção plena) e meditação: Reservar alguns minutos para respirar e se concentrar no presente, ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade. Estudos mostram que a prática regular é benéfica para o cérebro.
  • Cuidar das relações com amigos e família: Manter conexões positivas é vital. Amizades e vínculos familiares são como vitaminas para a alma, contribuindo para enfrentar os desafios da vida.
  • Manter uma rotina saudável: Dormir adequadamente, alimentar-se bem e exercitar-se regularmente são fundamentais para a estabilidade emocional. A falta de sono e uma dieta desequilibrada podem afetar a mente, enquanto o exercício físico melhora o humor.
  • Lidar com a pressão: Desenvolver estratégias para enfrentar o estresse, como abordar problemas de frente, alterar a perspectiva sobre as situações e buscar apoio dos amigos, são ferramentas emocionais valiosas.
  • Se necessário, buscar a ajuda de um profissional: A terapia não é exclusiva para quem está “à beira do abismo”. Pode ser um espaço para compreender melhor a mente e adquirir habilidades para enfrentar os altos e baixos da vida.

Atualmente, os servidores dos Regionais tanto do Pará quanto do Amapá têm acesso a suporte psicológico. O Sindjuf-PA/AP lembra da importância de buscar a orientação de um psicólogo ou psiquiatra. O TRE-AP, por exemplo, oferece assistência psicológica diretamente em suas dependências, incluindo ações de saúde coletiva, como palestras e rodas de conversa, distribuição de materiais psicoeducativos, além de iniciativas de promoção da qualidade de vida. Adicionalmente, há assistência psicológica indireta disponibilizada por meio do plano de saúde oferecido pelo TRE.

Foto: Michael Clesle 

 

 

 

 

 

 

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