Rodrigo Pacheco garantiu que no dia 1º de janeiro dará posse ao presidente eleito pelas urnas eletrônicas
A Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral — da qual a Fenajufe faz parte — se reuniu, nessa quarta-feira (3), com o presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para entregar carta manifestando repúdio aos ataques infundados de Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral. A coordenadora Fernanda Lauria representou a Federação no encontro.
Na ocasião, Pacheco foi cobrado expressamente pelas entidades, que pediram um posicionamento categórico do senador em defesa da democracia e do pleito deste ano.
A coordenadora Fernanda Lauria falou sobre as preocupações discutidas no Encontro Nacional das Servidoras e Servidores da Justiça Eleitoral, realizado pela Fenajufe em 23 e 24 de julho, sobre a segurança desses trabalhadores e trabalhadoras no processo eleitoral. A dirigente alertou que os servidores da JE estão com medo e sofrendo as consequências das fake news de Bolsonaro e seus asseclas.
“Os poderes Judiciário e Legislativo precisam promover medidas que garantam a segurança dos servidores durante os trabalhos de preparação das eleições e de todos os envolvido no processo eleitoral no dia das eleições”, ressaltou Lauria.
Além da Fenajufe, o documento é assinado por mais de 50 entidades, entre elas o Grupo Prerrogativas; Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD); Advogados e Advogadas Públicos para a Democracia (APD); Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib); Associação Juízes para a Democracia (Ajurd); Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Reabertura dos trabalhos legislativos
E a reunião surtiu efeito: na reabertura dos trabalhos legislativos, ocorrida pouco depois da reunião com a coalizão, o presidente do Senado afirmou ter plena confiança no processo eleitoral brasileiro, na Justiça Eleitoral, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e nas urnas eletrônicas.
“As eleições existem para assegurar a legitimidade do poder político, pois o resultado das urnas é a resposta legítima da vontade popular. Legitimidade que deve ser reconhecida, assim que proclamado o resultado das urnas”, disse Pacheco.
O presidente do Congresso Nacional ainda garantiu: “No dia 1º de janeiro, aqui estaremos, no Congresso Nacional, a dar posse ao Presidente da República eleito pelas urnas eletrônicas do nosso país, seja qual for o eleito. Essa é a expressão da vontade soberana do Congresso Nacional: a afirmação da democracia, a realização das eleições, a confiança no sistema eletrônico de votação”.
Fake news
Desde que foi eleito em 2018, Bolsonaro ataca as urnas eletrônicas e o processo eleitoral — no qual foram eleitos, ele e familiares, 19 vezes, garantindo 76 anos de mandatos. Com a desvantagem nas pesquisas, o ocupante do Palácio do Planalto intensificou os ataques com claro objetivo de gerar instabilidade institucional.
Coalizão
A Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral é formada hoje por mais de 200 entidades que se organizaram na defesa da democracia e do processo eleitoral, e também contra a violência política. O grupo firmou compromisso com o TSE, durante encontro com o ministro Edson Fachin, de defender o sistema eleitoral dos constantes ataques de Jair Bolsonaro e setores do governo contra o processo eleitoral brasileiro, a Justiça Eleitoral, juízes e servidores. Além disso, a intenção do ato é denunciar as agressões por motivações políticas que já resultaram em morte neste ano.
Na próxima segunda-feira (8), a coalizão se reunirá novamente com Fachin.
Raphael de Araújo
Foto/Crédito: Pedro Gontijo/Senado Federal