quarta-feira, 12 março, 2025
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Aumento de cotas no funcionalismo público é exigido por organizações da sociedade civil

Expectativa é que matéria tramite em regime de urgência para aprovação no plenário da Câmara dos Deputados sem alterações

Mais de 500 organizações do movimento negro e da sociedade civil assinaram uma carta pedindo pela aprovação com urgência do Projeto de Lei 1.958/2021, que garante a continuidade da reserva de vagas por cotas raciais no funcionalismo público. A expectativa das organizações é que a matéria seja votada neste mês no plenário da Câmara dos Deputados, em sistema de urgência, e aprovada sem alterações. A nova lei de cotas no serviço público pode ser sancionada pelo presidente Lula (PT) ainda em novembro, mês em que se comemora a Consciência Negra.

Segundo estudos da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) e da Universidade de Brasília (UnB), a política de cotas no serviço público tem mostrado avanços limitados. Entre 2013 e 2019, o percentual de servidores negros na administração pública federal subiu de 28% para 30%. No entanto, a escassez de concursos públicos e falhas na implementação da lei reduziram o impacto esperado, afetando 14 mil pessoas que poderiam ter se beneficiado das cotas.

Representatividade aumentaria confiança

Além disso, pesquisa do Datafolha, a pedido do Movimento Pessoas à Frente, mostrou que 71% dos entrevistados afirmam que a representatividade contribuiria para aumentar a legitimidade e confiança no funcionalismo público, enquanto 90% e 82% acreditam que mais mulheres e mais diversidade racial, respectivamente, tornariam o serviço público melhor.

Esse mesmo estudo também apontou que 89% dos brasileiros concordam com a necessidade de ações para promover a diversidade no setor público. Citando a herança intelectual deixada por Abdias Nascimento, as organizações afirmam que “as ações afirmativas, ou ações compensatórias, são instrumentos que visam promover igualdade de oportunidades de emprego, de educação, de acesso à moradia, acesso a cargos e serviços públicos, entre outros”.

Ampliação é requisitada

O posicionamento público divulgado pede para que todas e todos parlamentares “garantam a continuidade da política de cotas raciais no serviço público, bem como para que seja mantida a ampliação de 20% para 30% da destinação de vagas para pessoas negras, incorporando na política indígenas e quilombolas, consoante as demandas da população negra”.

“As ações afirmativas, para aqueles que pertencem a segmentos historicamente discriminados, aumentam, no mercado de trabalho, a participação de pessoas qualificadas reivindicando oportunidades de contratações e/ou promoções”, salienta o documento.

Histórico

O Projeto de Lei 1.958/2021, de autoria do Senador Paulo Paim (PT-RS), visa a prorrogar a Lei 12.990/2014, que prevê cotas raciais no serviço público, ampliando o percentual de reserva de vagas de 20% para 30%. A proposta também inclui outros grupos, como indígenas e quilombolas, além de mecanismos para garantir a eficácia da lei.

O projeto atual também visa corrigir distorções, como o fracionamento de vagas em concursos de universidades federais, que limita a aplicação das cotas. O PL destaca que, com o percentual de 30%, a paridade entre servidores negros e brancos só seria atingida em 2047, demonstrando a necessidade de maior investimento na política.

Tramitação

Aprovado no Senado Federal em maio deste ano, o projeto foi enviado para a Câmara dos Deputados em junho, quase três semanas depois da deliberação na casa alta. O tempo foge ainda mais do usual se considerarmos a urgência do tema, dado que a vigência da lei se encerraria no dia 9 de junho.

Para garantir que a legislação continuasse em vigor, PSOL e Rede Sustentabilidade apresentaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7654, para declarar a inconstitucionalidade do artigo que previa o fim das cotas raciais no serviço público. A ADI foi acatada pelo Supremo e agora mantém a reserva de vagas vigente até que a lei seja renovada.

Por Gustavo Silva — Rio de Janeiro
 
Foto/Crédito: Marcelo Casal Jr/Ag.Brasil (FOTOS PÚBLICAS)
 
Fonte: https://extra.globo.com/economia/servidor-publico/coluna/2024/11/aumento-de-cotas-no-funcionalismo-publico-e-exigida-por-organizacoes-da-sociedade-civil.ghtml

1 COMENTÁRIO

  1. Essa é uma questão que não deveria ser discutida politicamente mas que deve ser discutida socialmente até pq as partes envolvidas são humanos, contribuintes e segundo o livro de genesis todos são descendentes de um só casal humano portanto, neste caso nada mais justo que aplicar a justiça da proporcionalidade. Como ❓ Vamos dividir esse bolo de forma que todos possam ficar satisfeitos. Pegamos 100% desse bolo e dividimos proporcionalmente entre três grupos.
    1- Um grupo de brancos e aproximados com 33,33%
    2. Um grupo de pretos e aproximados com 33,33%
    3- Um grupo neutro onde pretos e brancos possam concorrer de igual para igual de 33,33%
    Dessa forma todos estarão em igualdade de cor, gênero e o que mais vier.

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