Governo estudava conceder aumento de 5% ao funcionalismo neste ano eleitoral, mas, segundo presidente, orçamento apertado impediu.
O presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta segunda-feira (13) que o governo federal não reajustará os salários de servidores neste ano, informação antecipada no último dia 9 pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
Segundo Bolsonaro, está em estudo a possibilidade de se dobrar o valor do auxílio-alimentação de todas as categorias do funcionalismo ainda neste ano.
“A ideia minha era dar pelo menos 5% para servidor, cortando de ministérios”, afirmou Bolsonaro durante conversa com jornalistas em frente ao Palácio do Planalto.
“Nós estamos tentando agora — tem que vencer a legislação eleitoral — dobrar, no mínimo, o valor do auxílio-alimentação”, complementou.
Segundo o presidente afirmou, o reajuste para os servidores e a reestruturação de carreiras no funcionalismo federal serão incluídas no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) do ano que vem. O projeto é a proposta do governo para o orçamento do governo federal.
Guedes
Na quinta-feira (9), o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o governo “não conseguiu” dar reajuste aos servidores federais neste ano. O prazo para uma definição vai até o final deste mês.
“O governo federal não conseguiu dar aumento de salários, mas reduziu impostos para 200 milhões de brasileiros, ao invés de ajudar só o funcionalismo, que ajudou nessa guerra. Logo ali na frente, vai ter aumento para todo mundo, vamos fazer reforma administrativa. Mas agora está em guerra também”, declarou Guedes na ocasião.
Desde o início de 2022, ano eleitoral, o governo federal tenta encontrar uma maneira para dar reajuste aos servidores públicos, mas tem esbarrado no aperto das contas públicas.
O presidente Jair Bolsonaro já havia falado sobre o assunto na terça-feira (7), mas sem ser taxativo. Na ocasião, afirmou que, “pelo que tudo indica”, não haverá reajuste para servidores públicos neste ano.
O governo federal vinha acenando com um aumento de 5% para todas as categorias do Executivo Federal, ao custo de R$ 6,3 bilhões. Nesta semana, porém, o Ministério da Economia anunciou que desistiu de manter no Orçamento a reserva de R$ 1,74 bilhão para pagar uma parte do reajuste dos servidores do Executivo Federal.
O aumento de 5% neste ano, antes sinalizado pelo governo federal, vinha sendo considerado “insuficiente” por representantes de categorias de funcionários públicos.
Nas últimas semanas, algumas categorias fizeram manifestações e até greve para pressionar o governo, como os servidores do Banco Central e do Tesouro Nacional.
Por Pedro Henrique Gomes, g1 — Brasília
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