O coletivo de mulheres do Sintrajud-SP realizou hoje, às 14h, um ato em frente ao Fórum Trabalhista Ruy Barbosa, a fim de exigir rápida apuração das denúncias de assédio sexual contra o juiz substituto Marcos Scalercio. O protesto também cobrou medidas efetivas de combate ao assédio na Justiça Trabalhista e em todo o Judiciário Federal.
As denúncias chocaram a opinião pública desde a última segunda-feira, quando começaram a aparecer na mídia a partir da atuação da organização Me Too. Além de juiz do TRT-2, Scalercio é professor de cursos preparatórios para concursos e o rol de vítimas inclui alunas, estagiárias, advogadas e servidoras do Tribunal.
Os casos que envolvem Scalercio se somam a diversos outros no Judiciário. O Sindicato atua nesta e em outras denúncias, e já obteve condenação dos assediadores e reparação às vítimas. Mas há também muitas ocorrências que nunca resultam em denúncias, devido ao constrangimento das vítimas, ao assédio moral e à insuficiência dos mecanismos institucionais para apurar, punir e coibir os crimes.
Por isso, o Sintrajud reitera a cobrança pela apuração de todas as denúncias e pelo fim do corporativismo que tem mantido a impunidade dos denunciados. O Sindicato lembra ainda que realiza campanha permanente contra a importunação sexual e coloca à disposição da categoria a cartilha lançada em 2018 e o canal de denúncias sobre assédio (veja abaixo).
A diretora do Sindicato Anna Karenina destaca que o assédio sexual raramente tem testemunha, ficando a palavra da vítima contra a do assediador. “Por isso é tão fundamental dar crédito às denúncias, entendendo a dificuldade que as mulheres enfrentam para dar publicidade a esse tipo de crime, a humilhação que sentimos quando nos vemos nessas situações, o que faz com que muitas nem denunciem o que viveram”, afirma.
Assediadores não passarão!
Denuncie!
Fonte: Sintrajud, editado por Sindjuf-PA/AP