Com o título: A Terra também é nossa, a Fase Amazônia, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (Miqcb), realizaram na tarde de hoje uma roda de conversa “enlaçada” na Cúpula dos Povos. Discutir a destinação de terras e gestão comunitária da terra pelos próprios trabalhadores e trabalhadoras foi o ponto central do debate que reuniu representantes de comunidades tradicionais, camponeses a camponesas do Brasil, além de convidadas da Colômbia, na Universidade Federal do Pará.
Para Pedro Martins, educador popular da Fase Amazônia, em Santarém, a atividade foi uma forma de denunciar como a destinação de terra é feita para o agronegócio, mesmo neste governo. “Por isso, precisamos continuar pautando o fortalecimento de políticas públicas para que a terra seja destinada para povos e comunidades tradicionais, comunidades de agricultura familiar, e não vermos essa terra sendo entregue para a iniciativa de empresas e iniciativa do capital no campo”.
A gestão do território pelos próprios habitantes foi o centro dos debates. “São feitas políticas, são direcionados financiamentos que acabam corrompendo ou imobilizando territórios, tentando tratar de uma outra forma de uso da terra que não aquela forma dos agricultores tradicionais e nem da agricultura familiar”, explicou Pedro.
A coordenadora do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), Maria Alaíde Alves de Souza, quebradeira de coco babaçu do Maranhão, disse que o Movimento construiu documentos em encontros regionais, em seis minicops e uma pré-cop para levar as propostas das mulheres quebradeiras de côco babaçu para além da COP30. “Nossa luta maior é território livre, babaçu livre, é regularização fundiária”, destacou.
Duas camponesas colombianas que participaram do evento denunciaram a concentração de terras no país nas mãos de ricos empresários. Daniela Mendonza disse que somente 1% de proprietários rurais concentram 90% das terras do país.
Para Pablo Nery, membro da coordenação nacional do MST, e preciso observar a terra não só no sentido biológico, mas também no sentido de morada comum. “Falamos de clima, de crise climática, mas isso não pode nos afastar da ideia de que tudo perpassa pela terra”, disse. “Então, nosso objetivo aqui é pensar a terra, esse elemento singular que necessita de uma ação, pra que os camponeses, quebradeiras, tenham o direito de controlar e gerir os seus territórios”.
Do encontro será elaborado um conjunto de textos que comporão uma declaração política defendendo a reforma agrária, a defesa dos territórios, regularização jurídica, e a gestão da terra pelas comunidades tradicionais.
Fotos: Thaís Verônica/Verdes filmes
Fonte: https://pontodepauta.com/2025/11/14/movimentos-sociais-defendem-reforma-agraria-e-a-gestao-da-terra-por-povos-e-comunidades-tradicionais/





