quarta-feira, 1 maio, 2024
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Debate do Sindjuf-PA/AP: sindicalistas falam de ambientes de trabalho violentos e ajudam servidores a identificar o assédio moral e sexual

O enfrentamento e combate ao assédio moral e sexual no ambiente de trabalho foi pauta do debate promovido pelo Sindjuf-PA/AP na noite dessa quarta-feira (8).

O evento contou com a participação da Presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Tatiana Oliveira e da pesquisadora em Saúde do Trabalhador, Mara Weber, também Secretária da Mulher Trabalhadora na CUT/RS e ex-coordenadora do Sintrajufe/RS.

Características do assédio moral

De acordo com Tatiana, o assédio moral se configura por um tipo de exposição humilhante que acontece de forma repetitiva e prolongada.

“O assédio, o conceito, pede que a prática seja reiterada, porque muitas vezes o servidor está numa relação de subordinação do trabalhador perante o seu empregador, então muitas vezes ocorre situação de mando, de ordem, ou podendo até o gestor cometer algum tipo de excesso em sua fala, isso por si só não vai configurar a pratica de assédio moral, por exemplo, é preciso que haja uma pratica reiterada do assediador e de certa forma um objetivo.”, explica Tatiana.

Modus operandi

Como o assédio não ocorre de uma única forma, a sindicalista destaca que é preciso saber identificar o “Modus operandi” do assediador. Por exemplo, há casos em que o assediador irá passar tarefas demais, com prazo muito curto, ou não dar tarefa alguma, isolando o trabalhador. O mais importante é considerar a repetição da prática, que segundo Tatiana faz com que a pessoa se sinta “desimportante e descartável”.

Assédio Sexual

Tatiana também lembrou que no assédio sexual, as mulheres são as maiores vítimas e que a violência pode se estabelecer de forma geracional, tornando mulheres estagiárias, por exemplo, “presas mais fáceis”, até mesmo pela inexperiência de vida.

A Presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, lembra que problemas como “desemprego, precarização do trabalho, congelamento salarial, hierarquia muito estática, com poucas oportunidades” criam ambientes mais opressores.

Sistema neoliberal impulsiona opressão e super exploração do trabalhador

Mara Weber defendeu que as ideias neoliberais, baseadas no capitalismo geram modelos de gestão extremamente violentos e autoritários, pois, visam garantir o lucro. Segundo ela, essas ideias estão ganhando espaço no serviço público, uma vez que a intenção é privatizá-lo.

“O judiciário tem uma introdução massiva de tecnologia. Quanto mais cliques, mais alienado o servidor fica, e mais trabalho morto ele produz. O trabalho está enlouquecendo as pessoas.”

Em meio a esta conjuntura, as servidoras e servidores sofrem os efeitos da desregulamentação do trabalho. “tu não te ver mais como classe, nem como categoria, vai quebrando os laços de solidariedade.”, afirma Mara.

A sindicalista lembra que esse “Mundo de Trabalho mais violento”, vem gerando adoecimento mental.

Para Mara Weber a prevenção passa pelo entendimento do modelo de gestão do órgão.

O Sindjuf-PA/AP encerrou o debate se comprometendo a manter a postura combatível às violências no ambiente de trabalho e promovendo outros encontros sobre o tema.

► Ouça a exposição das sindicalistas no debate virtual:

► ÁUDIO – TATIANA OLIVEIRA: 👇🏼

► ÁUDIO – MARA WEBER: 👇🏼

► RÉPLICA MARA WEBER E TATIANA OLIVEIRA: 👇🏼

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