terça-feira, 21 outubro, 2025
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DENÚNCIA: Reforma administrativa para quem não é da família

O coordenador do GT faz discurso moral de acabar com privilégios, mas a realidade familiar é outra

Usando um discurso falacioso de que a reforma administrativa é necessária para enxugar a máquina pública e acabar com os privilégios, nos bastidores, o deputado Pedro Paulo (PSD/RJ) aplicaria a velha política do compadrio. Informações recentes reveladas por veículos de imprensa, denunciam que a sogra do parlamentar ocupa o cargo de “assistente” no gabinete do vereador, amigo e principal aliado do deputado na Câmara Municipal do Rio do janeiro, Márcio Ribeiro (PSD).

Com um salário líquido de R$ 7.400 desde novembro de 2024, quando assumiu, e até o mês de agosto deste ano, quando a última folha salarial foi divulgada no site da Câmara, seus rendimentos somavam a bagatela de R$ 75,4 mil. O caso levanta questionamentos inevitáveis: como esperar que a tão propalada reforma administrativa combata o clientelismo e os privilégios, se seu principal articulador coaduna com práticas como esta?

Conforme divulgado, a funcionária indicada sequer cumpre jornada laboral na Câmara. Seu nome consta como sócia de duas empresas, que ficam em um mesmo endereço, local onde ela foi encontrada pela reportagem e, de fato, mantém rotina de trabalho. Quando da apuração, a sogra do deputado disse que tinha cerca de15 dias que havia estado na Câmara Municipal.

Em nota, Pedro Paulo se limitou a dizer que o vereador convidou a sogra para o gabinete por ela ter ajudado e se dedicado nas suas campanhas políticas, acrescentando que “Não posso restringir oportunidades, nem penalizar as pessoas próximas a mim, impedindo-as de trabalharem”.

Curioso pensarmos (ou talvez nem tanto) que aquele que se coloca como principal interlocutor para reformular os serviços públicos, esteja envolvido em fatos como esses, em que os interesses particulares se sobrepõem aos princípios da transparência e da moralidade administrativa.

O discurso de eficiência e melhor gerenciamento da máquina pública, nos moldes adotados por Pedro Paulo, se contrapõe aos fatos acima apurados, suscitando questionamentos sobre quem seriam os reais destinatários da reforma administrativa defendida pelo deputado.

Por Joana Darc Melo

Revisão: Raphael de Araújo | Fotos: Daniel/Zigo-Reall Image

Fonte: Fenajufe

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