quarta-feira, 3 setembro, 2025
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EDITORIAL
OBSTRUÇÃO NO CONGRESSO: o que temos a ver com isso?

O Sindjuf-PA/AP inicia a partir desta edição do Boletim Eletrônico uma série de Editoriais às terças-feiras. Os assuntos, sempre de interesses gerais e/ou específicos, de acordo com o clima conjuntural.

Neste momento, não poderíamos deixar passar em branco, o episódio vergonhoso ocorrido na Capital Federal e assistido pelo povo brasileiro: a invasão do Congresso Nacional, fato que preferimos denominar de motim parlamentar (e não legislativo, porque a Lei não protege atos de desordem). Um verdadeiro ataque à Democracia por pseudo parlamentares que, travestidos de representantes do povo, promoveram ações quase que comparadas às de 8 de janeiro de 2023. Houve até um deputado louro, com cara e gestos de nazifascista (até o nome de origem germânica assim o caracterizava), que se apoderou da cadeira do presidente da Câmara dos Deputados, deixando-o totalmente rendido e humilhado. Ele só conseguiu recuperar o comando da Casa, após uma bizarra, vergonhosa e antipatriótica negociação, que envolveu até o ex-presidente da Câmara, Artur Lira, seu padrinho de cargo. Vejam a foto da primeira página da Folha de São Paulo, edição de 7 de agosto (quinta-feira). Aonde fomos chegar, pessoal?

Então, respondendo à pergunta do título deste artigo, diríamos que: no âmbito geral, todo o povo brasileiro tem a ver com isso. A foto da Folha, retrata um Congresso virado de costas para empresas e trabalhadores, que já estão sofrendo as consequências do tarifaço trumpista. E, por coincidência, essa chantagem política, ocorreu no mesmo dia em que entrou em vigor a sobretaxa de 50% (a mais alta) sobre os produtos exportados pelo Brasil aos Estados Unidos, por ordem do agora intitulado “ditador do mundo”. E, enquanto o Parlamento se digladia de forma ridícula, vergonhosa mesmo, empregos são cortados, linhas de produção param e vendas são canceladas. Aqueles que estavam no Plenário apoiando o motim sequer se mexeram para propor algo em defesa do setor produtivo. O Executivo já elaborou uma lista de medidas para a eventual retaliação, como parte das armas que o nosso país possui para negociar, se for o caso. Todavia, não pode demorar. Interessante, é que os amotinados “representantes do povo” falam em censura, colocam esparadrapo na boca, mas, impedem a sessão do Congresso, em um verdadeiro atentado ao direito dos outros deputados e do povo. E, tudo isso, tentando forçar a pauta de um projeto de anistia aos terroristas de 8 de janeiro de 2023, quando o objetivo é outro: livrar o ex-presidente da possível condenação pela participação em planos de golpismo e assassinatos do atual mandatário do país e seu vice, além do ministro do STF, Alexandre de Moraes.

Trazendo a brasa para a nossa sardinha, afirmamos que, se o momento estava avesso para nós, com isso, agravou-se. Justo agora, que estamos com o PL do AQ (Adicional de Qualificação) para ser votado, além do anteprojeto de reajuste salarial para 2026. Este, após a irresponsabilidade de duas abstenções desastrosas e tendenciosas, obriga-nos à outra luta: trabalhar e muito, para tentar melhorar o mesmo, antes de ser encaminhado pelo STF ao claudicante e catastrófico Congresso Nacional.

Escrito por Waldson Silva (Coordenador de Administração e Organização Sindical)

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