O tema “as correntes que moldam o mundo na luta da categoria” permeou a mesa; evento seguirá até o dia 1º de maio com eleição da nova diretoria e conselho fiscal
Após saudação dos parlamentares e de entidades parceiras, o painel de conjuntura abriu os debates do 12º Congrejufe. Nas palestras a secretária nacional de políticas sociais e direitos humanos da Central única dos Trabalhadores (CUT), Jandyra Uehara; o professor de sociologia da Universidade Federal da Bahia, Rogério Ferreira Lustosa; e o chefe de gabinete do deputado Patrus Ananias (PT-MG), Eugênio Pasqualini.
Os painelistas protagonizaram a mesa com o tema “As correntes que moldam o mundo: conjuntura nacional e internacional na luta da categoria”. Compuseram a mesa diretora a coordenadora Paula Meniconi e o coordenador Paulo José da Silva.
Em manifestação ao plenário, Paula Meniconi ressaltou a importância da união e da luta conjunta contra o sequestro do orçamento do judiciário pela magistratura. Segundo ela, essa união só é válida se a categoria “caminhar de mãos dadas”.
Paulo José aproveitou o momento para defender que “política sindical não deve abandonar o servidor público”. Ele reforçou que os(as) dirigentes precisam ter atuação constante no Congresso Nacional para buscar apoio e garantir êxito nas pautas da categoria.
Direitos da classe trabalhadora
Entrando no tema, Jandyra Uehara inicia sua fala afirmando que os servidores públicos são o segmento cuja missão é assegurar os direitos do conjunto da classe trabalhadora como saúde, educação e o acesso à justiça – mas, para assegurar esses direitos, enfrentam situações muito adversas. “Somos trabalhadores e trabalhadoras de um Estado burguês que existe para assegurar os privilégios, a propriedade e negócios de uma classe dominante, que é o capitalismo”, aponta.

► Assista:
Crise estrutural do capital
Já o professor Rogério Ferreira Lustosa iniciou sua fala afirmando que “o mundo atual não está para amadores”. A cada dia surge uma crise nova, gerando um quadro de imprevisibilidade muito significativa sobre o que acontecerá no dia seguinte. O estudioso afirmou que antes de pensar “como o Brasil está” e quais são as tarefas do movimento sindical, é preciso avaliar que o Brasil está dentro de um contexto internacional, que não pode ser explicado apenas pelas recentes medidas de Trump sobre taxação. Ainda de acordo com Lustosa, “para entender o mundo de hoje, é necessário compreender a existência de uma crise estrutural do capital”.

► Assista:
Fim do mundo polarizado pós-segunda guerra mundial
Em sua apresentação inicial, o professor Eugênio Pasqualini afirmou que o debate de conjuntura internacional é bastante acirrado. Pasqualini relembrou a fala do professor Rogério quando disse que para falar de conjuntura atual é preciso entender o “fim do mundo polarizado pós-segunda guerra mundial”.
Ele explica que a crise das instituições multilaterais, como Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional (FMI), Organização das Nações Unidas (ONU) e outras organizações que mediavam, de certa forma, essa crise ou garantiam a governança por mais de 80 anos, acabou. Esse modelo que veio depois da guerra fria, segundo ele, não existe mais.

► Assista:
O debate de conjuntura encerrou o primeiro dia de debates da maior instância deliberativa da Federação. Com mais de 600 participantes, o evento se encerrará no dia 1º de maio quando elegerá a diretoria que assumirá o próximo triênio.
Participam do Congresso as coordenadoras Lucena Pacheco, Sandra Dias, Soraia Marca, Luciana Carneiro, Fernanda Lauria, Márcia Pissurno, Juscileide Rondon, Denise Carneiro, Paula Meniconi e os coordenadores Fabiano dos Santos, Paulo José da Silva, Leopoldo de Lima, Fábio Saboia, Paulo Koinski, Jailson Lage, Wallace Coelho, Manoel Gérson, Thiago Duarte, Fabrício Loguercio, Edson Borowski, Ribamar França, Luiz Cláudio Correa, Ivan Bagini, Leonardo de Andrade, além do coordenador licenciado Roberto Policarpo. Presença também do ex-diretor Charles Bruxel.
O maior evento da Federação conta, ainda, com a participação de representantes dos seguintes sindicatos: Sinsjutra/RO-AC, Sindjuf/PA-AP, Sindjus/AL, Sinjeam/AM, SitraAM-RR, Sindjufe/BA, Sindissétima/CE, Sinje/CE, Sintrajufe/MA, Sindjufe/MS, Sindijufe/MT, Sintrajuf/PE, Sintrajufe/PI, Sintrajurn/RN, Sisejufe/RJ, Sinpojufes/ES, Sinjufego/GO, Sintrajud/SP Sitraemg/MG, Sindiquinze/SP, Sinjutra/PR, Sinjuspar/PR, Sintrajusc/SC e Sintrajufe/RS; além de representantes das Comissões Pró-Fenajufe do Distrito Federal e da Paraíba.