Redução das inscrições está em 44% em relação a 2020 e será maior já que para fazer as provas é preciso pagar R$ 85 de taxa. Quem faltou no ano passado com medo da pandemia, não teve direito a isenção este ano
A redução de 44% nas inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano em relação ao ano passado é resultado de mais uma perversidade e descaso com a educação do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL).
Como os estudantes mais pobres não podem pagar a taxa de R$ 85 para se inscrever e o governo Bolsonaro se recusou a isentar quem faltou nas provas no ano passado por medo do novo coronavírus – a abstenção foi recorde, mais da metade dos 5,8 milhões de inscritos faltou -, o Enem 2021 será o menor em 13 anos.
Apenas 4.004.764 pessoas se inscreveram, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Mas, para concluir a inscrição é precio pagar a taxa, o que significa que o número pode ser menor ainda.
A decisão do governo de não isentar da taxa de incrição exclui os estudantes mais pobres do exame que é a principal porta de entrada para o ensino superior público e critério de acesso a bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni) e contratos do Financiamento Estudantil Fies)).
A Defensoria Pública chegou a ingressar com ação judicial para tentar garantir a isenção para os faltosos, mas nada conseguiu.
A Frente Parlamentar Mista de Educação divulgou nota em que classifica como tragédia para o país o baixo número de inscrições para o Enem.
“A redução é uma tragédia anunciada, principalmente por se assemelhar ao número de inscritos que faltaram a edição de 2020 realizada em janeiro deste ano, quando o exame teve mais de 2,8 milhões de ausentes”, diz trecho da nota.
Confira aqui a íntegra da nota da Frente Parlamentar.
Escrito por: Redação CUT