Entre 2012 e 2022, 483 mulheres perderam suas vidas devido a complicações relacionadas ao aborto em hospitais da rede pública de saúde do Brasil
Os debates promovidos pela Fenajufe em alusão ao Dia Internacional da Mulher continuam a todo vapor neste mês de março. A próxima transmissão ao vivo está marcada para esta quinta-feira (21), e terá como tema “Interrupção voluntária da gravidez (direito de optar pela maternidade ou não e escolher quando)”. O evento será transmitido pelo canal da Federação no YouTube, com início às 19h30.
As palestras serão ministradas por Renata Jardim, do Fórum Aborto Legal; Thaísa Magalhães, secretária das Mulheres da CUT-DF; e Priscila Kikuchi, integrante da ONG Católicas pelo Direito de Decidir.
A relevância desse tema é inquestionável, principalmente diante dos dados alarmantes: entre 2012 e 2022, 483 mulheres perderam suas vidas devido a complicações relacionadas ao aborto em hospitais da rede pública de saúde do Brasil. Uma análise conduzida pela revista Gênero e Número revelou que mais de 1,7 milhão de internações foram registradas como gravidez resultante em aborto no Sistema de Informações Hospitalares (SIH-SUS). Embora a maioria dessas internações tenha sido classificada como abortos espontâneos, é preocupante que a maioria das mortes tenha ocorrido em casos de “falha na tentativa de aborto”, como abortos incompletos.
Os dados são ainda mais preocupantes quando é feito o recorte racial, onde mulheres negras apresentam uma probabilidade 46% maior de realizar um aborto em comparação com mulheres brancas, independentemente da faixa etária. A informação é de um estudo publicado no ano passado pela revista Ciência e Saúde Coletiva da Abrasco, com coautoria de Emanuelle Góes, pesquisadora do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), em colaboração com pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade de Columbia (EUA).
Conheça mais sobre as palestrantes:
Priscila Kikuchi é integrante da ONG Católicas pelo Direito de Decidir. Cientista social, teóloga e cientista da religião, é graduada em Ciências Sociais e Teologia, especialista em Educação no Ensino Superior, mestre e doutora em Ciência da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo.
Thaísa Magalhães é secretária das Mulheres da CUT-DF, professora e militante da Marcha Mundial das Mulheres.
Renata Teixeira Jardim possui graduação em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2004) e mestrado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2009). Atualmente integra o Fórum Estadual dos Direitos das Mulheres do Rio Grande do Sul, o CLADEM – Comitê Latino-Americano e do Caribe de Defesa dos Direitos das Mulheres e o Fórum Estadual Aborto Legal. Tem experiência na área de Políticas Públicas, Direitos Humanos e Gênero, atuando principalmente nos seguintes temas: direitos sexuais e direitos reprodutivos, gênero, cuidado ativista, violência contra as mulheres e políticas públicas.
Ative o lembrete em nosso canal do YouTube para não perder a live:
A última transmissão ao vivo será realizada no dia 2 de abril, abordando o tema “Dificuldades das mulheres frente à reforma trabalhista de 2016 e reforma da Previdência de 2019”.
Leia mais:
Live 8M: Fenajufe promove debate sobre ocupação dos espaços de poder e violência política de gênero
8M: primeiro tema de live temática movimenta mulheres pelo fim da violência de gênero
Fenajufe Agora
Com o lançamento dos “Canais” do WhatsApp no Brasil, servidoras e servidores do PJU e MPU já contam com uma nova funcionalidade para ficarem mais informados: o Fenajufe Agora, novo canal da Federação no aplicativo. Para receber as notícias da Fenajufe é muito simples: basta acessar o link abaixo e clicar em seguir no canto superior direito.
• Clique aqui para seguir o Fenajufe Agora
Fonte: Fernanda Miranda
