A Fenajufe conquistou mais um avanço importante nas articulações junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em defesa da valorização dos servidores do Poder Judiciário da União. Em nova rodada de negociação mediada pelo CNJ, foi firmada a construção de uma proposta emergencial de recomposição salarial — um passo significativo enquanto se encaminha a reestruturação das carreiras.
De acordo com a ata da reunião entre a Coordenação do Fórum das Carreiras do Poder Judiciário, Fenajufe e Sindjus/DF, a proposta já está sendo submetida à avaliação dos sindicatos de base e prevê um reajuste linear composto por:
- Aumento da GAJ (Gratificação de Atividade Judiciária) para 165%;
- Reajuste de 5% no vencimento básico.
Na prática, a proposta representa um reajuste total de 15,93%, considerando a soma do vencimento básico com a GAJ. O percentual seria aplicado já em 2026, como medida emergencial de enfrentamento das perdas inflacionárias acumuladas nos últimos anos.
Divergências na categoria
O coordenador do Sindjuf-PA/AP, José de Ribamar França Silva, destaca que, embora a proposta tenha consenso dentro do Fórum de Carreira, ela ainda divide opiniões entre os servidores:
“Essa proposta é consenso dentro do Fórum de Carreira. No entanto, dentro da categoria, ela não é um consenso, pois alguns defendem que o reajuste proposto para o próximo ano deveria incidir sobre o vencimento básico. Ocorre que, quando se aplica o reajuste sobre o vencimento básico, os servidores mais antigos acabam sendo mais contemplados, já que possuem gratificações incorporadas vinculadas a esse vencimento.
Ainda assim, entendemos que essa foi a proposta que melhor atende à categoria de forma geral. A proposta da Fenajufe previa reajuste integral sobre o vencimento básico, justamente para valorizar as gratificações. No entanto, o aumento sobre a GAJ contempla um número maior de servidores, especialmente os mais novos na carreira.
De todo modo, virão outros reajustes e outras discussões pela frente.”
Já o coordenador Waldson Silva, servidor aposentado do TRE-PA, explicou por que é contra a proposta construída no Fórum de Carreira: “Sou contra porque isso é uma espécie de valorização do penduricalho. Essa medida mantém a disparidade. Nossa proposta é reduzir a distância abissal entre analistas e técnicos, e isso só será possível por meio da reestruturação das tabelas salariais.”
Reestruturação da carreira em 2027
Além do reajuste imediato, o acordo prevê a continuidade das discussões sobre a reestruturação das carreiras para o período de 2027 a 2030. A proposta inclui o reescalonamento de classes e padrões, com o objetivo de reduzir a diferença remuneratória entre Analistas e Técnicos Judiciários — uma das principais reivindicações da categoria.
Próximos passos
O Sindjuf-PA/AP reforça que esses avanços são fruto da mobilização unificada das entidades representativas em todo o país. A luta agora é para que a proposta se transforme em projeto de lei ainda em 2025, com implementação a partir de janeiro de 2026.