terça-feira, 6 maio, 2025
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Psiquiatra defende “tolerância zero” para a prática do assédio no serviço público

“Assédio no ambiente de trabalho: Reconhecer, falar e agir” foi o tema do webcast realizado na manhã desta terça-feira, 6, pelo canal do Tribunal de Justiça do Estado (TJPA) no youtube, como parte da Semana de Enfrentamento e Prevenção ao Assédio, realizado conjuntamente pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará, Tribunal Regional do Trabalho 8ª Região e Tribunal de Justiça do Estado, com apoio do Sindjuf-PA/AP. A necessidade de se criar mecanismos de escuta e mais rigor no combate ao assédio nas organizações foram a tônica das opiniões dos participantes do webcast. O psiquiatra Efrahim Teixeira, do TJPA, disse que é preciso se ter “tolerância zero” com essa prática, especialmente no serviço público.

O webcast contou com a participação de José Miguel Alves Junior, clínico do TJPA; Efrahim Teixeira, psiquiatra do TJPA; Daniele Boulhosa, psiquiatra do TRE-PA; e Luana Rios, psicóloga do TRT8. José Miguel Alves Junior destacou a importância de se estabelecer práticas seguras e acolhedoras para o combate ao assédio no interior das instituições: “Nosso presidente (Roberto Moura) já ressaltava ontem que trata-se de um compromisso institucional a gente fazer o combate ao assédio através da instituição de práticas seguras, acolhedoras, a criação de ambientes com escuta para poder recebermos esse servidor (a) que tenha necessidade”.

A psicóloga Luana Rios buscou a conceituação de assédio, destacando que entre as características do assédio estão a forma repetitiva da ação, que se configura como conduta hostil e que causa algum dano ao outro e leva ao adoecimento. Além do assédio vertical, que se caracteriza pelo uso de cargo na hierarquia da organização para humilhar, foi destacado o assédio organizacional ou institucional, que acontece quando a própria estrutura da organização favorece o assédio.

O psiquiatra Efrahim Teixeira acrescentou que o assédio moral se configura como uma conduta vexatória e que deve haver intencionalidade da ação. Para ele, é preciso “tolerância zero” para a prática de assédio no trabalho. Ao relatar a demissão sumária de um gerente de uma instituição bancária “assediador”, o psiquiatra disse que nas instituições privadas já há uma mudança de prática por pressão da sociedade e “a gente precisa que essa política de tolerância zero chegue às instituições públicas”.

A psicóloga Daniele Boulhosa observou que os relatos sobre assédio têm aumentado em seu consultório e o tempo de afastamento de servidores causado por assédio tem sido maior que outras formas de adoecimento. Os relatos de vítimas de assédio incluem perda de sono, ansiedade, transtornos mentais, depressivos, entre outros.

Ao final do debate, foi unânime a conclusão de que é preciso a criação de mecanismos de acolhimento aos servidores vítimas de assédio nas organizações para inibir essa prática que vem minando as relações de trabalho, especialmente no serviço público. “O pacto de silêncio”, por medo de retaliações nos locais de trabalho, mina a solidariedade entre os colegas e a segurança do servidor.

A Semana de enfrentamento e combate ao assédio segue amanhã com palestra “O impacto do assédio na qualidade de vida das trabalhadoras e trabalhadores da Justiça, com a palestrante Mara Weber, no auditório do TRE-PA, das 9h às 12h. Na próxima quinta-feira, 8, Mara Weber irá proferir palestra no Sindjuf-PA/AP, a partir das 15h.

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