quarta-feira, 12 março, 2025
spot_img

Servidores buscam alternativas para garantir reajuste ainda este ano

O presidente Jair Bolsonaro disse na última terça-feira (7/6) que não haverá aumento. Mas sindicatos agem para reverter decisão.

Após o presidente Jair Bolsonaro (PL) declarar, na última terça-feira (7/6) pela manhã, que não haverá reajuste para os servidores federais em 2022, líderes sindicais que representam a categoria lutam para conseguir negociar com os poderes um aumento que não ocorre há anos, mesmo com o significativo aumento na inflação desde o início da pandemia.

O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) enviou uma proposta ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, que pede um aumento salarial de 13,5% para os servidores do banco, além de melhorias no plano de saúde, possibilidade de atuar em teletrabalho – quando os servidores voltarem ao ofício presencial – e exclusão dos aposentados e pensionistas do Decreto Nº 10.620, que inclui todos eles no INSS, o que é visto como inconstitucional pelo sindicato.

“Nós não desistimos da luta. Tem gente que já desistiu, mas nós não. Ainda continuamos acreditando que dá pra virar esse negócio de 0%”, disse o presidente do Sinal, Fábio Faiad. Nesta semana, os servidores do Banco Central (BC) anunciaram que a greve iniciada em 1º de abril prosseguirá por tempo indeterminado.

Além das dificuldades em negociar com os líderes dos poderes, os servidores ainda correm contra o tempo para conseguir com o governo federal, a aprovação do reajuste, visto que o tempo permitido para um possível aumento está próximo de se esgotar. O prazo limite para a concessão do reajuste é 3 de julho, exatamente 180 dias antes de o próximo presidente assumir o cargo em janeiro do ano que vem, que está definido na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

A Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário e MPU (Fenajufe) programa para o próximo dia 15 de junho uma manifestação dos servidores da categoria a favor do reajuste de 19,99%, considerado o objetivo inicial da categoria, ao levar em conta as perdas inflacionárias desde 2019. Na visão do coordenador de Imprensa e Comunicação da federação, a luta ainda deve ser feita para conseguir o aumento que a categoria anseia para este ano.

“A gente também está tentando articular uma data nacional para ver se a gente consegue fazer um grande movimento de greve. Alguma coisa que coloca pressão. Há uma reivindicação justa e não há diálogo por parte do governo. A gente vai chegando num limite e ninguém quer fazer greve, mas é a ferramenta que se apresenta para os servidores”, revela o coordenador Charles Bruxel.

Sobre a possibilidade de chegar a um acordo de 5% para o reajuste, o representante da Fenajufe afirmou que já via com desconfiança esse discurso por parte do governo e teceu críticas ao presidente e à sua comunicação com os servidores.

“O governo não dialoga e inventou a história de que ia dar os 5%. A gente sempre viu isso com muita desconfiança, com crítica, né? Porque é um índice insuficiente e também com desconfiança, porque o governo cada dia fala uma coisa e a gente sabe que esse é o perfil do governo. E agora veio a notícia de que se quer isso vai ser dado. Então, a gente continua batendo na tecla dos 19,99%”, reitera. “Ninguém considera que a gente está há anos sem nenhum aumento”, conclui Bruxel.

Entre os servidores do Poder Legislativo, o reajuste salarial também é uma pauta que ainda está de pé. Para o presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do TCU (Sindilegis), Alison Souza, o objetivo agora é tentar garantir um aumento equivalente à inflação anual, que acumula 4, 29% até o mês de abril. O presidente justifica que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) impede que um reajuste acima da inflação seja concedido em ano de pleito.

Na visão de Souza, o presidente Jair Bolsonaro (PL) demorou para anunciar que não haveria reajuste para este ano, e ele ainda reclama que o chefe de executivo – que é o único que tem a prerrogativa de conceder reajustes para os servidores dos três diferentes poderes – atrapalhou as negociações em todas as esferas do poder público. “Ele não só, não deu o aumento dos servidores do executivo, como também atrapalhou a negociação dos outros deles. Isso é muito negativo”, pontua.

O presidente do Sindilegis também critica a falta de atitude dos presidentes da Câmara e do Senado. Ele explica que ambas as casas possuem orçamento necessário para realizar tal reajuste, no entanto, não há iniciativa. “É um absurdo que a Câmara e o Senado, e os servidores do TCU, não tenham recomposição salarial sob o argumento de que não tem dinheiro (nas casas legislativas), porque dinheiro tem. O que falta é boa vontade”.

*Foto/Crédito: Alan Santos/PR (FOTOS PÚBLICAS) – imagem licenciável

Fonte: Raphael Pati, Correio Braziliense

Latest Posts

spot_imgspot_img
spot_imgspot_img
spot_imgspot_img

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

[tdn_block_newsletter_subscribe title_text="CADASTRE SEU EMAIL" description="UEFSQSUyMFJFQ0VCRVIlMjBOT1NTQVMlMjBOT1QlQzMlOERDSUFTJTIwRElBUklBTUVOVEUu" input_placeholder="Informe seu email" tds_newsletter2-image="5" tds_newsletter2-image_bg_color="#c3ecff" tds_newsletter3-input_bar_display="row" tds_newsletter4-image="6" tds_newsletter4-image_bg_color="#fffbcf" tds_newsletter4-btn_bg_color="#f3b700" tds_newsletter4-check_accent="#f3b700" tds_newsletter5-tdicon="tdc-font-fa tdc-font-fa-envelope-o" tds_newsletter5-btn_bg_color="#000000" tds_newsletter5-btn_bg_color_hover="#4db2ec" tds_newsletter5-check_accent="#000000" tds_newsletter6-input_bar_display="row" tds_newsletter6-btn_bg_color="#da1414" tds_newsletter6-check_accent="#da1414" tds_newsletter7-image="7" tds_newsletter7-btn_bg_color="#1c69ad" tds_newsletter7-check_accent="#1c69ad" tds_newsletter7-f_title_font_size="20" tds_newsletter7-f_title_font_line_height="28px" tds_newsletter8-input_bar_display="row" tds_newsletter8-btn_bg_color="#00649e" tds_newsletter8-btn_bg_color_hover="#21709e" tds_newsletter8-check_accent="#00649e" embedded_form_code="JTNDIS0tJTIwQmVnaW4lMjBNYWlsQ2hpbXAlMjBTaWdudXAlMjBGb3JtJTIwLS0lM0UlMEElMEElM0Nmb3JtJTIwYWN0aW9uJTNEJTIyaHR0cHMlM0ElMkYlMkZ0YWdkaXYudXMxNi5saXN0LW1hbmFnZS5jb20lMkZzdWJzY3JpYmUlMkZwb3N0JTNGdSUzRDZlYmQzMWU5NGNjYzVhZGRkYmZhZGFhNTUlMjZhbXAlM0JpZCUzRGVkODQwMzZmNGMlMjIlMjBtZXRob2QlM0QlMjJwb3N0JTIyJTIwaWQlM0QlMjJtYy1lbWJlZGRlZC1zdWJzY3JpYmUtZm9ybSUyMiUyMG5hbWUlM0QlMjJtYy1lbWJlZGRlZC1zdWJzY3JpYmUtZm9ybSUyMiUyMGNsYXNzJTNEJTIydmFsaWRhdGUlMjIlMjB0YXJnZXQlM0QlMjJfYmxhbmslMjIlMjBub3ZhbGlkYXRlJTNFJTNDJTJGZm9ybSUzRSUwQSUwQSUzQyEtLUVuZCUyMG1jX2VtYmVkX3NpZ251cC0tJTNF" descr_space="eyJhbGwiOiIxNSIsImxhbmRzY2FwZSI6IjE1In0=" tds_newsletter="tds_newsletter3" tds_newsletter3-all_border_width="0" btn_text="ENVIAR" tds_newsletter3-btn_bg_color="#ea1717" tds_newsletter3-btn_bg_color_hover="#000000" tds_newsletter3-btn_border_size="0" tdc_css="eyJhbGwiOnsibWFyZ2luLXRvcCI6IjMwIiwibWFyZ2luLWJvdHRvbSI6IjAiLCJiYWNrZ3JvdW5kLWNvbG9yIjoiI2E3ZTBlNSIsImRpc3BsYXkiOiIifSwicG9ydHJhaXQiOnsiZGlzcGxheSI6IiJ9LCJwb3J0cmFpdF9tYXhfd2lkdGgiOjEwMTgsInBvcnRyYWl0X21pbl93aWR0aCI6NzY4fQ==" tds_newsletter3-input_border_size="0" tds_newsletter3-f_title_font_family="445" tds_newsletter3-f_title_font_transform="uppercase" tds_newsletter3-f_descr_font_family="394" tds_newsletter3-f_descr_font_size="eyJhbGwiOiIxMiIsInBvcnRyYWl0IjoiMTEifQ==" tds_newsletter3-f_descr_font_line_height="eyJhbGwiOiIxLjYiLCJwb3J0cmFpdCI6IjEuNCJ9" tds_newsletter3-title_color="#000000" tds_newsletter3-description_color="#000000" tds_newsletter3-f_title_font_weight="600" tds_newsletter3-f_title_font_size="eyJhbGwiOiIyMCIsImxhbmRzY2FwZSI6IjE4IiwicG9ydHJhaXQiOiIxNiJ9" tds_newsletter3-f_input_font_family="394" tds_newsletter3-f_btn_font_family="" tds_newsletter3-f_btn_font_transform="uppercase" tds_newsletter3-f_title_font_line_height="1" title_space="eyJsYW5kc2NhcGUiOiIxMCJ9"]