segunda-feira, 3 fevereiro, 2025
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Sindjuf-PA/AP convoca Oficiais de Justiça a votarem contra proposta de fragmentação da categoria

O Sindjuf-PA/AP emite um alerta a todos os Oficiais de Justiça sobre a tentativa do Sindicato dos Oficiais de Justiça do Distrito Federal (Sindojus-DF) de expandir sua base territorial para o âmbito nacional. A proposta, que visa criar o Sindicato Nacional dos Oficiais de Justiça do Poder Judiciário da União, será discutida em uma assembleia marcada para o dia 12 de dezembro. O Sindjuf-PA/AP está mobilizando seus membros para que votem contra a proposta, argumentando que a criação de um sindicato nacional pode dividir a categoria e enfraquecer suas conquistas históricas.

O coordenador do Sindjuf-PA/AP, Ribamar França, expressou suas preocupações sobre as consequências dessa expansão, destacando que a unidade da categoria tem sido fundamental para as vitórias conquistadas até hoje. “Isso enfraquece a categoria. A gente vem acompanhando todas as grandes conquistas que os oficiais de justiça tiveram até hoje, e elas foram fruto da luta unificada”, afirmou Ribamar. Ele também ressaltou que a proposta de criação do sindicato nacional retiraria os oficiais dos sindicatos locais e da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal (Fenajufe), o que poderia resultar na perda de direitos e enfraquecimento do movimento sindical.

Ribamar ainda alertou para o risco de a categoria perder força, o que dificultaria mobilizações e ações para garantir melhorias. “Uma categoria que hoje está em risco de extinção não tem força para mobilizar, para pressionar. Então, no dia 12, pedimos que os oficiais de justiça votem contra a proposta”, disse. Caso a proposta seja aprovada, o Sindjuf-PA/AP já sinalizou que buscará contestar judicialmente a criação do novo sindicato.

Outro ponto de preocupação levantado por Ribamar foi o impacto nas Associações de Oficiais de Justiça (Assojafs) e nos sindicatos locais. Ele argumenta que, caso a proposta seja aprovada, as Assojafs deixariam de existir, sendo incorporadas como seções do sindicato nacional, o que, na visão dele, diminuiria a representatividade e a capacidade de negociação da categoria. “Quem vai negociar nas bases, quando os oficiais tiverem problemas no fórum da justiça federal ou nas centrais de mandados? Quem vai representar, se o sindicato for nacional?”, questionou Ribamar, enfatizando o papel fundamental dos sindicatos locais na defesa dos direitos dos oficiais de justiça.

A oficiala de justiça aposentada e diretora do Sindjuf-PA/AP, Beth Bronze também se posicionou contra a fragmentação da categoria. Com 25 anos de experiência na função, Beth acredita que a luta dos oficiais deve continuar sendo feita de forma unificada, como tem ocorrido nas grandes conquistas, como a implementação de rubricas importantes como o GAE (Gratificação de Atividade Externa) e a indenização de transporte. “Não é dividindo que vamos avançar”, declarou Beth, ressaltando que a criação de um sindicato exclusivo para os oficiais de justiça federal poderia enfraquecer a categoria como um todo. Ela também mencionou que a fragmentação pode afastar muitos da luta e da participação ativa nas decisões.

“Eu particularmente não vejo com bons olhos essa questão da criação de um sindicato exclusivo dos Oficiais de Justiça Federal, considerando que fragmentar um cargo que vem sendo contemplado nas lutas nacionais, como exemplo a rubrica GAE,que o servidor leva em sua remuneração quando aposenta, a indenização de transporte e a atividade de risco, essas são nossas bandeiras atuais da nossa luta. Sabemos que todas as conquistas são resultantes de grandes embates, me considero representada pelo sindicato regional e olha que estive nessa função por 25 anos e sempre atuando e participando de tudo que envolve a categoria do judiciário em um todo, falo com conhecimento de causa e afirmo que a luta é de todos, no entanto, a maioria prefere ficar na plateia e sem ônus e não é dividindo que avançaremos, portanto, no dia 12 votarei não ao isolamento da categoria.”

O atual presidente da Assojaf-PA, Noberto Lavareda, e o oficial de justiça Ives Freitas compartilham da mesma opinião contrária ao divisionismo da categoria e à criação de um sindicato nacional dos oficiais.

“Sou contra um sindicato único e nacional. Nossa categoria é servidor público do Poder Judiciário da união. Temos anos de lutas e participação nas bases, com vitórias e conquistas. Posso discordar de uma gestão, mas nossa união é a força para buscar melhores condições de trabalho.”, disse Norberto Lavareda Santos, Presidente da Assojaf-Pará e Amapá.

“A criação de mais uma entidade representativa apenas fragmenta, e não unifica, ainda mais a categoria, pois, pela CF/88, não há nenhum óbice à coexistência das associações (ASSOJAF’s), que já existem há anos. Parece-me mais haver interesses de poder e vaidade que, propriamente, luta pela classe.”, comentou Ives Freitas, Oficial de Justiça.

A assembleia de votação da proposta ocorrerá no próximo dia 12, e o Sindjuf-PA/AP chama todos os Oficiais de Justiça a refletirem sobre as possíveis consequências dessa decisão, que pode alterar o futuro da categoria e a forma como seus direitos são defendidos.

 

 

1 COMENTÁRIO

  1. Todos os Servidores Públicos vivem situações diversas e alguns situações muito adversas para algumas categorias dentro do quadro de servidores públicos entre eles os Oficiais de Justiça.
    É claro e evidente que nada impede a criação de um sindicato independente para qualquer categoria de dentro da federação nacional de servidores do judiciário contudo, antes de qualquer iniciativa nesse sentido é importante esclarecer as motivações ou insatisfações que estão incentivando `aquela categoria a tomar tal decisão, neste caso a categoria dos oficiais de justiça. Não basta simplesmente convocar as demais categorias dentro da federação a entrar em conflito votando contra os interesses de uma categoria que se sente prejudicada ou isolada diante das demais, talvez um pouco de EMPATIA leve os membros da dianteira dos dois lados a sentarem e conversarem sobre um entendimento que vise um interesse comum. A política extremista partidária que vivemos hoje tem influenciado muitas lideranças a tomar um lado filosófico partidário e essa atitude tem contribuído para faccionar partidos, sindicatos, associações e até famílias. É importante que as lideranças entendam que não se pode nem se deve misturar política sindical com política partidária, ambas são antagônicas entre si e quando as lideranças de entidades representativas de trabalhadores se deixam enlaçar, passam a fazer parte de currais eleitorais influenciado até mesmo nas decisões administrativas de um órgão e onde há oficiais de justiça a pressão é maior portanto diante das particularidades de cada categoria cabe as lideranças dar mais atenção as queixas e reclamações, pois estas, se não forem tratadas com responsabilidades se transformarão em fortes indícios de motivações que podem causar retrocesso e até mesmo causar divisão através de um processo democrático sindical irresponsável criado por líderes que não atendem os anseios de seus membros. Mesmo que seja apenas um servidor que reclame seus direitos, uma diretoria empática e justa vai dar atenção como se fosse o direito da maioria. Portanto antes de votarem sim ou não à criação do sindicato nacional de oficiais de justiça causando brechas que no futuro podem se transformar em kênios usem de EMPATIA, RESPONSABILIDADES PERSEVERANÇA E PACIÊNCIA. Discutam ponto a ponto os motivos que hoje chega a causar tanto transtorno e tomem as decisões de forma imparcial e justa para todos.

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