segunda-feira, 3 fevereiro, 2025
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Sindjuf-PA/AP participa de evento sobre luta antirracista no TRE-PA, com palestra, oficina e cultura afro-brasileira

O Sindjuf-PA/AP participou nesta quinta-feira (14) de um evento sobre o tema “Luta Antirracista: Enfrentamento e Ações Afirmativas”, promovida pela Comissão de Enfrentamento ao Assédio e Discriminação no TRE-PA. O evento teve como objetivo fortalecer o diálogo sobre o racismo estrutural e discutir iniciativas de enfrentamento e promoção de igualdade racial dentro e fora do ambiente institucional.

Em parceria com o CEDENPA (Centro de Estudo e Defesa do Negro do Pará), o evento contou com a participação ativa de membros do Sindjuf-PA/AP, incluindo a representante do Sindicato na Comissão, Keyllaff Miranda, a coordenadora Nilce Figueira e o assessor Fabrício Acácio. Durante o encontro, Keyllaff Miranda expressou gratidão pelo espaço cedido pelo Tribunal, ressaltando a importância da iniciativa para resgatar origens e ancestralidade afro-brasileira, elementos fundamentais para a construção de uma sociedade mais inclusiva.

Reflexões sobre desafios antirracistas

A palestra central foi ministrada pela educadora social Fátima Matos, que também é membro do CEDENPA. Ela abordou os desafios da luta antirracista e a importância das ações afirmativas, destacando as dificuldades enfrentadas pela população negra no país e a negação de direitos fundamentais. “Nós saímos das senzalas do colonialismo e estamos nas favelas. Esse enfrentamento não é fácil. O racismo é fortalecido pela negação dos direitos humanos”, afirmou Fátima, contextualizando o racismo enraizado na estrutura social brasileira.

Hierarquia social e vulnerabilidade das mulheres negras

Além do racismo estrutural, Fátima também apontou os marcadores sociais que acentuam as desigualdades no Brasil. Segundo ela, a hierarquia social coloca a mulher negra na base da pirâmide, sujeita a maiores vulnerabilidades, principalmente no que se refere à segurança pública e à falta de políticas específicas. “O homem branco está no topo. Abaixo dele, está a mulher branca, seguida do homem negro e, abaixo de todos, a mulher negra. Ela é a maior vítima de tudo”, enfatizou.

Fátima trouxe ainda à discussão o conceito de racismo ambiental, destacando que as comunidades negras e indígenas são as mais impactadas pela destruição ambiental e pela ausência de políticas de proteção que considerem suas especificidades. Segundo ela, esse tipo de racismo acentua a exclusão e priva essas populações do direito ao “bem viver”, negando-lhes acesso a recursos básicos e à preservação de seus territórios e culturas.

Programação Cultural: Oficina de Turbantes, Música e Gastronomia Afro-brasileira

O evento também integrou uma rica programação cultural, com uma oficina de turbantes, onde os participantes aprenderam a construir e utilizar esse acessório tradicional da cultura africana. Houve ainda uma apresentação de percussão, uma feira de artesanato e produtos afro-brasileiros e uma degustação de pratos de origem ancestral africana. Entre as iguarias servidas estavam a Cachupa, semelhante à feijoada, o Kisaka, feito com maniva e pasta de amendoim, e o Funge, alimento similar ao carimã brasileiro.

O Sindjuf-PA/AP reforça o compromisso com a luta antirracista, reiterando a necessidade de ações permanentes e efetivas que promovam a equidade racial dentro do Judiciário e em todas as esferas da sociedade.

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