Apesar do avanço pontual no Amapá, a realidade da Justiça Eleitoral brasileira ainda é marcada pela demora nas nomeações.
O Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP) tornou-se o primeiro do país a efetivar a nomeação de um servidor aprovado no Concurso Unificado da Justiça Eleitoral — o chamado TSE Unificado. A nomeação, publicada no Diário Oficial da União em 9 de junho, diz respeito ao cargo de Técnico Judiciário – Área de Apoio Especializado, com especialidade em Programação de Sistemas. O servidor nomeado foi o primeiro colocado para a vaga no TRE-AP.
Embora a medida represente uma demonstração de compromisso institucional por parte do TRE amapaense, a situação expõe uma realidade preocupante no restante do país: a morosidade dos tribunais em nomear os demais concursados e a ameaça constante da terceirização de funções essenciais no Judiciário.
O Sindjuf-PA/AP, que tem atuado de forma ativa na defesa de mais concursos e nomeações, celebra o avanço, mas ressalta que tem recebido muitos contatos de aprovados ansiosos por uma resposta dos tribunais.
Em um momento em que o serviço público enfrenta ameaças crescentes de terceirização — especialmente na Justiça Eleitoral —, a demora nas nomeações de concursados coloca em xeque o compromisso das instituições com a valorização do servidor de carreira. A situação é ainda mais alarmante considerando que a Justiça Eleitoral tem papel essencial nas eleições gerais de 2026, exigindo preparo técnico e equipe qualificada.
Ainda nesta semana, o Sindjuf-PA/AP recebeu representantes de aprovados no último concurso do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), Polo Belém, reforçando sua disposição de apoiar as reivindicações da categoria. A entidade alerta que a substituição de concursados por trabalhadores terceirizados, além de comprometer a qualidade e imparcialidade dos serviços, representa um retrocesso institucional.
A nomeação pioneira do TRE do Amapá é um passo importante — mas solitário. O restante do país precisa urgentemente seguir o exemplo e priorizar os concursados.
A luta do Sindjuf-PA/AP continua porque acreditamos que novos servidores são fundamentais para o fortalecimento da Justiça Eleitoral e para o reconhecimento da carreira pública.
Foto/Crédito: TRE-AP