sexta-feira, 3 maio, 2024
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Coordenadora do Sindjuf-PA/AP se prepara para a Marcha das Margaridas 2023 e compartilha experiência anterior

A coordenadora de administração e organização sindical do Sindjuf-PA/AP, Mônica Genú Soares, está se preparando para a 7ª edição da Marcha das Margaridas, que ocorrerá nos dias 14 e 15 de agosto de 2023. Esta não será a primeira vez que Mônica participa da marcha, pois ela esteve presente no evento em 2019, realizado em Brasília. Confira o depoimento da coordenadora:

POR QUE EU VOU NA MARCHA DAS MARGARIDAS ?

Em agosto de 2019 participei de várias atividades de luta contra a reforma da previdência que vinha para solapar direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores no Brasil. Então, já em Brasília, participei de rodadas de palestras e discussões sobre a necessidade de unificar nossa luta. Essas reuniões ocorreram na sede da Fenajufe. Estive lá representando o nosso Sindjuf-PA/AP. Foi no mesmo mês de agosto de 2019, ano que ocorreria a marcha das margaridas nos dias 13 e 14. Recebi a missão de participar deste evento que já há muito despertava minha curiosidade, pois sempre acreditei na importância da força, luta e participação das mulheres na história do trabalho, tanto no campo como na cidade, como forma revolucionária de conquistas de direitos para a classe trabalhadora como um todo. Impossível imaginar uma sociedade que exclua essa força de trabalho feminina que desde os primórdios da industrialização foi espoliada e explorada juntamente com o trabalho infantil, pois era mão de obra farta e barata. Assim, tive o privilégio de conhecer e viver essa realidade em Brasília, onde a marcha aconteceu naquele ano de 2019. A dimensão da importância de ser mulher me encantou, pois ao me juntar a elas, vi o quanto somos tantas e tão fortes, principalmente quando vindas de regiões diferentes e de atividades as mais variadas. Assim, me vi ao lado de mulheres campesinas, indígenas, operárias, trabalhadoras urbanas, e como eu, servidoras públicas de vários setores do país. Organizadas, entoando cantos e palavras de ordem, gritando pela terra, pelo trabalho e pela liberdade para ter seu lugar ao lado dos homens tal como deve ser, com direitos iguais, equiparação salarial e, sobretudo, mantendo a dignidade e especificidade que toda mulher necessita! Margaridas somos todas, margarida Maria Alves, paraibana, foi uma trabalhadora rural, rendeira e a primeira mulher a assumir a presidência do sindicato de trabalhadores rurais de Alagoas Grande (Pb). Ela participou da criação do centro de educação e cultura do trabalhador rural, que ainda hoje atua na formação política dos camponeses e busca promover o desenvolvimento rural e urbano sustentável, o fortalecimento da agricultura familiar, a reforma agrária e a defesa dos trabalhadores sem terra. Referência na ação política das mulheres campesinas, margarida colaborou ativamente da fundação de uma das primeiras organizações da América Latina composta exclusivamente por mulheres, o movimento de mulheres do brejo. Suas principais reivindicações eram pelos direitos trabalhistas elementares para camponeses da região, como carteira assinada, férias, regulamentação da jornada de trabalho, entre outras garantias. Sua atuação em prol dos trabalhadores rurais levou os usineiros, fazendeiros, proprietários de engenhos e patrões da região sofrerem centenas de ações trabalhistas, por violarem direitos básicos de trabalhadores da região. Margarida Maria Alves foi executada sumariamente em 12 de agosto de 1983, com um tiro no rosto de uma arma calibre 12, na presença de seu marido e de seu filho, em frente de sua residência, aos 51 anos de idade. Suas ideias e a sua luta deixaram as sementes que nos faz florir. Portanto, mulheres, vamos todas à Marcha das Margaridas dias 14 e 15 de agosto de 2023.

SEU LEMA: “era melhor morrer na luta do que morrer de fome”. (Margarida Maria Alves)

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