domingo, 28 abril, 2024
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Março para além das homenagens: A realidade da violência contra mulheres e a força de Beatriz Costa

No mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, é importante ir além das homenagens e encarar a dura realidade que muitas mulheres ainda enfrentam. Março não é apenas um período de gentilezas, mas sim uma oportunidade para lembrar que a luta das mulheres está longe de acabar.

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, dados de 2022 revelam que 88,7% das vítimas de estupro e estupro de vulnerável eram do sexo feminino, enquanto 11,3% eram do sexo masculino. Mas quando a vítima é uma criança, a situação torna-se ainda mais alarmante.

O mesmo Anuário destaca que crianças e adolescentes continuam sendo as principais vítimas da violência sexual, frequentemente dentro de seus próprios lares.

Em 2012, a Lei 12.650 alterou o Código Penal brasileiro, estabelecendo que crimes contra a dignidade sexual praticados contra crianças e adolescentes têm sua prescrição contada a partir dos 18 anos da vítima. Foi sob essa legislação que Beatriz Costa, aos 19 anos, finalmente denunciou um familiar próximo que a abusou dos 5 aos 9 anos, resultando em sua condenação a 25 anos de reclusão após um longo processo judicial.

Beatriz Costa.

Apesar dos desafios enfrentados após o episódio de violência, Beatriz encontrou força para superar e não se definir apenas como vítima. “Não é que não devamos reconhecer o que nos foi feito, mas muitas vezes nos identificamos como frágeis, o que não necessariamente é verdade. Ser vítima não é sinônimo de fraqueza”, diz ela.

Beatriz ressalta que ser mulher na sociedade atual não é fácil, especialmente diante da violência cometida contra elas. “A grande batalha reside em continuar a lutar pela nossa sobrevivência física e mental, mesmo após obter alguma forma de justiça”, acrescenta. Ela destaca a importância de utilizar todas as ferramentas disponíveis, inclusive a lei, em prol da emancipação feminina.

Sobrinha de Rogério Coelho, sindicalizado do Sindjuf-PA/AP, para ele, Beatriz, se tornou um exemplo de que é possível transformar dor em força. “Sua trajetória serve como um farol para outras vítimas de abuso, evidenciando que a superação é possível e que a justiça pode ser alcançada.”, declara Rogério.

A violência que Beatriz enfrentou não a define. Como destacado por seu tio, Rogério Coelho, ela continua sendo uma mulher confiante, determinada e talentosa. Atualmente, está dedicada aos estudos no curso de Design de Moda e Estilismo na Universidade Federal do Piauí, onde constrói um futuro promissor.

O Sindjuf-PA/AP expressa solidariedade a Beatriz e a todas as mulheres que enfrentaram ou enfrentam qualquer forma de violência. O compromisso do Sindicato estende-se à busca pela libertação de todas as mulheres: da violência, do preconceito, da desigualdade e de inúmeros outros obstáculos que aparecem no caminho das mulheres, mas que jamais conseguem detê-las.

*Imagem de capa: Ramiro Furquim

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