A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, declarou, em entrevista ao Estadão, que a reforma administrativa terá, sim, impacto fiscal imediato, ao contrário do que vinha sendo sustentado até então.
Segundo Dweck, apesar do discurso voltado à eficiência, o que está em curso é um redesenho profundo do serviço público, com redução de pessoal nos próximos anos. A estimativa do governo, conforme revela a ministra, é que 180 mil servidores se aposentem ou deixem o serviço público nos próximos dez anos, e menos de um terço dessas vagas deverá ser reposto.
“Desde 2010, a gente teve uma saída de mais de 240 mil servidores. E a gente repôs uma parte; mas, ainda assim, houve uma perda líquida de mais de 70 mil pessoas. A gente vai repor 15 mil. A nossa estimativa para frente é uma saída de uns 180 mil nos próximos dez anos. E a gente acha que não vai repor nem um terço disso, porque o efeito da digitalização é a necessidade de menos pessoas”, disse Dweck.
A ministra afirma que a digitalização dos serviços públicos será uma das principais responsáveis por essa diminuição no quadro de pessoal. Na prática, isso representa mais pressão sobre os servidores que permanecem e menor acesso da população aos serviços presenciais, especialmente nos locais mais vulneráveis e com menor acesso à tecnologia.
Dweck também destacou que o governo pretende contribuir com o debate da reforma no Congresso, buscando pontos de consenso mínimo. Entre esses pontos, ela menciona o fim do pagamento retroativo de verbas indenizatórias, como os chamados “supersalários”, embora não tenha apresentado medidas estruturais para coibir privilégios que se concentram em setores específicos, como o Judiciário.
Foto/Crédito: Wilson Dais/Agência Brasil
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