sexta-feira, 29 março, 2024
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DESINFORMAÇÃO: Oposição quer retomar CPMI das Fake News, mas esbarra na covid, Arthur Lira e Centrão

Instalada em setembro de 2019, comissão está paralisada desde março de 2020. Sua retomada não interessa ao presidente da Câmara

São Paulo – A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News voltou às discussões políticas em Brasília. Se de fato for retomada, seria mais uma pedra no caminho de Jair Bolsonaro rumo à sua já difícil tentativa de reeleição. Segundo o presidente do colegiado, senador Angelo Coronel (PSD-BA), e a relatora, deputada Lídice da Mata (PSB-BA), a CPMI deve retomar suas atividades em fevereiro e ter as eleições de 2022 na mira. Na visão deles, a comissão precisa apurar a ação de grupos que tentam influenciar o resultado de eleições por meios espúrios. “O combate à desinformação deve ser prioridade no pleito de 2022”, defende a relatora.

Devido à pandemia e ao surgimento da variante ômicron, ainda não sabe se, mesmo voltando, a comissão vai ter resultados concretos. “Não podemos garantir que isso vá acontecer, porque a Câmara acaba de decidir que não voltará ao trabalho em fevereiro.” Nesse caso, o retorno seria em março. A comissão tem 180 dias para funcionar, depois de ser prorrogada. Acabaria às portas da eleição.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou ontem (17) nas redes sociais a volta dos trabalhos da Casa ao sistema remoto até o Carnaval, na primeira semana de março. “Medida necessária até vencermos esta nova onda (da pandemia de Covid-19)”, tuitou.

Motivação política

Aqui entra a motivação política, a conjuntura e o “auxílio” da ômicron aos interesses políticos de Lira. Quando foi instalada, em 4 de setembro de 2019, com potencial para causar grandes estragos no governo de Jair Bolsonaro, a comissão teve o apoio do Centrão, sem o quê nem sequer teria sido criada.

A CPMI foi interrompida e está paralisada desde março de 2020, devido à pandemia. Com a eleição de Arthur Lira (PP-AL) para presidir a Câmara, em fevereiro de 2021, o chefe do governo ganhou fôlego. Hoje, com a costura e o poder de Lira, Bolsonaro e o Centrão são aliados e o presidente se apoia no bloco.

Em seu lugar, a CPI da Covid, no Senado, ficou sob os holofotes e, de certa maneira, ocupou o espaço da CPMI das Fake News, que teve, em muitos de seus pontos altos, depoimentos de ex-bolsonaristas.

O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) acusou assessores do governo de fazerem parte de uma “milícia digital”. A também ex-aliada de Bolsonaro Joice Hasselmann afirmou que o vereador Carlos Bolsonaro (Republianos-RJ) e o irmão e deputado Eduardo (PSL-SP) são os coordenadores do “gabinete do ódio“.

“A CPMI funciona no Senado. Foi muito mais restritiva em termos de participação presencial. É o presidente do Senado (Rodrigo Pacheco) que tem que nos convocar. Nossa expectativa é de que, retornando o trabalho, possamos reiniciar de onde paramos a investigação, já com algumas comprovações de participação de personalidades ligadas a Bolsonaro e sua família no processo de criação de fake news”, diz Lídice da Mata.

Por Eduardo Maretti, da RBA

Foto/Crédito: Michel Jesus/Câmara dos Deputados (FOTOS PÚBLICAS)

Fonte: https://www.redebrasilatual.com.br/politica/2022/01/oposicao-retomar-cpmi-fake-news-esbarra-covid-arthur-lira-centrao/

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