Curta-metragem mostra drama dos trabalhadores e responsabilidade do governo na definição dos valores da gasolina, do diesel e do gás de cozinha
São Paulo – O documentário A Mentira Como Combustível é uma exposição didática sobre o impacto da alta dos combustíveis na vida dos brasileiros. O filme esmiúça a política de preços da Petrobras e desconstrói as mentiras do governo de Jair Bolsonaro para justificar a facada nos consumidores. Desse modo, retrata, o drama dos trabalhadores que dependem da gasolina e do gás de cozinha para viver imposto pela política de desmonte da mais importante empresa pública brasileira. O curta-metragem pode ser visto abaixo, pelo canal da TVT no YouTube. Mas quem preferir ver na tela da televisão pode sintonizar no canal digital 44.1 da emissora às 19h45 desta terça (28).
A produção é uma iniciativa da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e da Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobrás (Anapetro). E desenha a relação entre o empobrecimento do trabalhador e a explosão dos preços. Ao abastecer o carro com 35 litros de gasolina, o motorista brasileiro compromete 25% do salário-mínimo. Já em países como Estados Unidos, Itália e Argentina esse percentual fica entre 3% e 6,2%.
O coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, afirma que o documentário cumpre o papel de explicar como o governo Bolsonaro é a maior responsável pelos preços elevados. De acordo com Bacelar, o presidente da República mente dizendo que a culpa é dos governadores por conta do ICMS. Mas também ao afirmar que a Petrobras “é um problema para o Brasil”.
“A política de paridade faz com que os valores da gasolina, diesel e gás de cozinha estejam variando quinzenalmente aqui no Brasil. Enquanto importadoras instaladas no país trazem derivados de petróleo de fora, porque as refinarias da Petrobras estão sendo subutilizadas”, explica o sindicalista à jornalista Adriana Maria, da TVT – em reportagem que você pode assistir aqui.
Desafios para o futuro
O documentário traz o cotidiano dos caminheiros. E, ainda, como o preço da gasolina prejudica quem trabalha como motorista de aplicativos e não consegue mais bancar as despesas com o automóvel. “Eu conseguia pagar o aluguel do carro, conseguia manter o carro com combustível e com todas as manutenções e tirava uma grana razoavelmente boa. Hoje, não”, lamenta o motorista Francisca Pereira, que há três anos fazia as suas corridas com um veículo alugado.
Desde 2020, a FUP tem realizado ações de distribuição de gás a preço justo em comunidades e periferias do país. Deyvid Bacelar relata que, durante esses momentos, os petroleiros explicam às pessoas por que o gás de cozinha poderia ser vendido a R$ 50. “Não tem justificativa termos uma empresa que tem mais de dois terços de todos os seus custos em real, mas haver a dolarização dos combustíveis no Brasil”, diz.
O coordenador da FUP afirma que para os próximos anos são muitos desafios, entre eles a retomada da Petrobras. “Será necessário termos um processo de reestatização daquilo que foi privatizado nos governos Temer e Bolsonaro de forma ilegal, para que o Estado brasileiro possa ter esses instrumentos na mão direcionados ao desenvolvimento econômico e social do nosso país. Além disso, essa política de preços precisa ser alterada”, finalizou.