O mundo do trabalho regido pela lógica Neoliberalista, que visa o lucro sem qualquer valor ético ou moral, marcado pela precarização dos contratos e condições de trabalho, favorece a existência do assédio moral e sexual nas organizações públicas ou privadas. É o que defende a administradora pública Mara Weber, que proferiu palestra seguida de roda de conversa na tarde desta quinta-feira, 8, na sede do Sindjuf-PA/AP. Nessa nova configuração, o assédio torna-se uma ferramenta de gestão, afirma.
A palestra Combate ao Assédio e à discriminação – diálogos necessários, a importância da prevenção e do enfrentamento ao assédio moral, sexual e discriminação nos ambientes de trabalho foi realizada de forma presencial e on line, com a participação de sindicalizados pela plataforma zoom. O evento foi mediado por Keyllaff Miranda, membro suplente da Diretoria do sindicato e representante da Entidade na Comissão de combate ao assédio do TRE/PA.
Jornadas sem limite, conexão permanente, ambiente hostil, desconstrução de identidade, fim dos laços de solidariedade, e destruição das estratégias de defesa coletiva são algumas das características da gestão neoliberal, que torna o trabalho um ambiente adoecedor para muitos servidores, terreno fértil para o assédio moral e sexual.
SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL PODE RESPONDER NA ESFERA PENAL, CIVIL E ADMINISTRATIVA
Mara Weber destacou as várias formas de assédio e suas qualificações legais. O assédio moral ainda não é tipificado, mas o assédio sexual sim e tem pena que varia de um a dois anos e, se servidor público federal pode responder na esfera penal, civil e administrativa.
Às vítimas de assédio, ela disse que não devem se isolar, mas procurar o sindicato, a melhor porta para denúncias de assédio. “O sindicato é o lugar. Não existe vitória nessa luta individual. Ou ela será coletiva ou ela não vai acontecer.
LUTA POR AMBIENTE HUMANIZADO
Ela também destacou o aspecto estrutural do assédio. “O assédio só acontece se o órgão permitir. Se ele se comprometer e combater, ele não vai acontecer”. Ela exortou os participantes a lutar por um ambiente de trabalho humanizado. Entre as participações, um servidor público relatou estar sendo vítima de assédio e pediu apoio do sindicato.
“É preciso comprometimento da empresa/organização na mudança de cultura e organização do modelo de gestão e valorização da solidariedade entre trabalhadores e trabalhadoras”, pontuou Mara Weber. Ao final, convocou os colegas a se filiar para o sindicato. “Não existe vitória isolada. Só juntos vamos vencer esta luta”.