domingo, 28 abril, 2024
spot_img

Movimentos sociais estão contaminados pela cultura do individualismo, diz Rudá Ricci durante o 7º CONJUF

Uma sociedade mergulhada na lógica do individualismo, assim o sociólogo, Dr. Rudá Ricci, definiu o jeito de pensar brasileiro que está contaminando até mesmo os movimentos sociais. O cientista político participou da programação do 7º CONJUF, ocorrida nessa quinta-feira, 23 de março.

De acordo com ele, essa ideia superestima as instituições e despreza as pessoas. Ele também apresentou três aspectos dessa forma de pensar: É uma cultura liberal que vem dos Estados Unidos e se concentra no parlamento e no Governo.

Segundo o sociólogo, quando essa cultura começa invadir o Brasil, ao invés dos sindicatos deflagrarem greve, irem para as ruas, eles começaram a judicializar e de acordo com Rudá, isso traz uma série de prejuízos para a coletividade sindical. “Começa a diminuir as greves solidárias. Estamos tão egoístas nesse país que a gente não para nem para nossa categoria, muito menos por outra. Quando eu judicializo eu desestruturo uma identidade de categoria. Não mobilizo mais a minha base. “

Em meio a esse cenário, os sindicatos já não sabem mais como organizar e mobilizar a sua base, segundo Rudá, que falou do individualismo presente na ideia do empreendedorismo, que vai de contra aos movimentos sociais que pensam coletivamente. “É só no coletivo que a gente resolve. Empreendedorismo está disseminado na sociedade. Todo o dinheiro vai para pessoa e não para um projeto coletivo.”

Rudá apresenta um cenário alarmante sobre os sindicatos. “Quando acaba a campanha salarial, as pessoas se desfiliam”.

O cientista também falou da uberização, da terceirização, do fascismo, do machismo e da sociedade de cansaço, outro agravante para a mobilização da categoria.

Rudá dividiu espaço com outros dois palestrantes na tarde dessa quinta-feira, Marcelo Carlini, diretor do Sintrajufe/RS e Mara Rejane Weber, Secretária da Mulher Trabalhadora na CUT/RS.

Em sua fala, Carlini destacou que os sindicatos não mudaram sua natureza. “Sindicato é para discutir questões concretas: salário. É fundamental existir sindicato. Eu sou contra dissolver sindicato. Mas do que nunca é importante ter reunião presencial no sindicato. Olhar olho no olho.”

Mara Weber falou da tarefa de fortalecer as entidades sindicais. “Para cada um que chega, a gente tem que apresentar o sindicato. Nós somos o sindicato. Nós somos o movimento sindical. Essa construção para que a base entenda a importância de se mobilizar é de todos nós. Sobrevivemos na pandemia graças às redes sociais. O problema é que a gente não pode trocar a ação sindical pela ação virtual. O crescimento da gente é outro quando estamos no presencial.”

Veja algumas fotos do Painel:

Latest Posts

spot_imgspot_img
spot_imgspot_img

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

CADASTRE SEU EMAIL

PARA RECEBER NOSSAS NOTÍCIAS DIARIAMENTE.

Enviar uma mensagem!
1
Olá 👋
Quer falar com o SINDJUF-PA/AP ?