Governo definiu o modelo de privatização e quer se desfazer de 100% do capital da estatal que registrou o maior lucro dos últimos 10 anos
Em meio ao maior lucro dos últimos 10 anos dos Correios, o governo decidiu o modelo de privatização da estatal e pretende se desfazer de 100% do capital, segundo o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, em entrevista ao jornal O Globo.
A intenção do governo é aprovar na Câmara dos Deputados até o dia 15 de julho, antes do recesso parlamentar. Mas o presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL), já se adiantou e colocou o Projeto de Lei 591/21 na pauta desta terça-feira (6).
A privatização dos Correios escancara o desmonte do Estado que o governo pretende com a reforma administrativa (PEC 32/20), retirando da população o atendimento com a privatização dos serviços públicos.
De acordo com as Demonstrações Contábeis de 2020, aprovada pelo Conselho de Administração dos Correios, a estatal apresentou lucro líquido de R$ 1,53 bilhão. Ainda segundo o documento, o patrimônio líquido obteve um crescimento de 84% em relação ao ano de 2019, totalizando, aproximadamente, R$ 950 milhões.
O secretário confirmou que a ideia é a venda do controle da empresa de forma integral. A medida pode acarretar no fechamento de agências pelo País, principalmente em pequenos municípios.
Tuitaço
A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (FENTECT) promove hoje, às 16h, um tuitaço contra a privatização dos Correios com a hashtag #nãoàvendadosCorreios.
Eletrobrás
No dia 21 de junho, a Câmara dos Deputados chancelou a privatização da Eletrobrás com a aprovação do texto-base da Medida Provisória 1.031. A estatal responde por quase 30% da geração de energia no País.
Raphael de Araújo, da Fenajufe
Foto: Agência Brasil