A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente em todo o mundo devido à depressão e ansiedade. Paralelamente, de acordo com a Organização Pan-americana de Saúde, em 2019 o suicídio representou mais de uma em cada 100 mortes.
Essas estatísticas alarmantes têm acendido um sinal de alerta, destacando a urgente necessidade de abordar essas questões também nos ambientes corporativos.
O Sindjuf-PA/AP, engajado na campanha “Setembro Amarelo” de prevenção à saúde mental, buscou a perspectiva do psicólogo do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá, Marcilio Lira de Souza Filho, filiado ao Sindicato.
Marcilio sublinha que o assédio moral, o assédio sexual e a discriminação no local de trabalho podem ter efeitos adversos significativos na saúde mental dos trabalhadores. “Essas experiências estão frequentemente ligadas ao desenvolvimento de transtornos psicológicos, como ansiedade, depressão e estresse pós-traumático. Além disso, tais situações podem resultar em queda da autoestima, desmotivação profissional e aumento do absenteísmo. A exposição prolongada a esses comportamentos hostis pode agravar os riscos para a saúde mental e comprometer o bem-estar psicossocial dos indivíduos afetados.”
Ele alerta que o sofrimento psíquico decorrente da violência no ambiente de trabalho pode apresentar diversos sinais e sintomas. “Mudanças comportamentais, como isolamento social, irritabilidade, insônia, dificuldades de concentração e absenteísmo frequente. Sintomas físicos, como dores de cabeça e distúrbios gastrointestinais, também podem se manifestar.”
Para ajudar as vítimas, Marcilio enfatiza a importância de oferecer suporte psicológico especializado e implementar medidas organizacionais para prevenir e mitigar situações de violência no ambiente de trabalho.
Ele destaca também que a conscientização sobre o assédio moral, assédio sexual e discriminação no local de trabalho durante a campanha do Setembro Amarelo é crucial para promover a saúde mental no ambiente profissional. “Essa iniciativa pode ampliar a compreensão pública sobre os riscos psicossociais associados ao trabalho e incentivar as vítimas a buscar ajuda. Além disso, a conscientização pode pressionar as organizações a implementarem políticas e práticas mais inclusivas, promovendo um ambiente de trabalho saudável e contribuindo para a prevenção e tratamento eficazes de problemas de saúde mental relacionados ao trabalho.”
A saúde mental no ambiente de trabalho se mostra um desafio coletivo e as estatísticas servem como um chamado para que órgãos públicos, empresas e organizações assumam um papel ativo na promoção de ambientes de trabalho saudáveis e seguros. O Sindjuf-PA/AP continua seu engajamento para abrir diálogos e oferecer apoio a quem enfrenta desafios de saúde mental nos locais de trabalho.
*Foto: Criador: Jose Luis Navarro | Direitos autorais: CC BY-NC-SA 4.0
