A pressão seguirá até que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, encaminhe ao Congresso propostas de reajuste salarial e de AQ como do PJU.
Mais de mil servidores e servidoras se reuniram em um grande ato nesta quarta-feira (17), em frente à Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília. A Fenajufe, como representante nacional da categoria do PJU e do MPU, participou ao lado de outras entidades para fortalecer a luta pela igualdade de direitos entre servidores do Ministério Público da União (MPU) e do Poder Judiciário da União (PJU). Representando a Federação, estiveram presentes os coordenadores Fábio Saboia e José Aristeia.
O ato foi organizado por uma comissão de servidores do MPU, com apoio da Comissão Pró-Fenajufe DF, e mobilizou todo o país, com manifestações registradas em diversos órgãos do MPU nos estados — fruto da iniciativa e engajamento direto da categoria.
O clima foi de união, mas também de profunda indignação. A histórica simetria entre PJU e MPU está ameaçada. O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou proposta de reajuste salarial de 25,97% para os servidores do Judiciário, em três parcelas de 8% a partir de julho de 2026, de forma cumulativa. Já no MPU, há apenas previsão orçamentária de 5,25% em janeiro de 2026. Além disso, o Projeto de Lei nº 3.084/2025, que trata do Adicional de Qualificação (AQ) no PJU, tramita no Congresso Nacional e reforça a valorização da carreira do Judiciário, enquanto nenhuma proposta semelhante foi apresentada para o MPU.
Durante o ato, a Fenajufe reafirmou a defesa da simetria de direitos entre PJU e MPU e o compromisso de lutar para que as reivindicações sejam atendidas com urgência. A entidade lembrou que as duas carreiras sempre caminharam juntas — e assim devem continuar.
A previsão do índice de apenas 5,25% para o MPU representa sério risco de rebaixamento salarial para quem atua na linha de frente do atendimento à sociedade. Esse percentual não cobre sequer a inflação do período, muito menos sustenta a simetria — uma conquista histórica construída com tanto esforço.
Após as falas das entidades, os servidores realizaram uma caminhada em torno do edifício-sede da PGR, em protesto contra a falta de respeito da instituição com seu corpo de servidores. Não se trata apenas de uma questão salarial: a PGR sequer responde aos pedidos de audiência enviados pela Fenajufe para negociar a pauta. Pior ainda, recentemente proibiu os sindicatos de utilizarem as fachadas dos prédios para afixar faixas e cartazes, em clara afronta ao direito de organização sindical.
Este ato, portanto, não é apenas por salário. Não é apenas pela simetria. É também por respeito, reconhecimento e valorização dos servidores e servidoras do MPU. A pressão seguirá até que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, encaminhe ao Congresso propostas de reajuste salarial e de adicional de qualificação iguais ao PJU.