sábado, 4 maio, 2024
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Sindjuf-PA/AP: 26 anos de história, evolução e desafios para permanecer na luta pelos direitos da categoria

Ao longo de seus 26 anos, o Sindjuf-PA/AP testemunhou as transformações decorrentes da revolução tecnológica mundial. O Sindicato, que registra em sua história, assembleias, greves e atos marcantes em frente aos tribunais, atravessou diferentes fases históricas, consolidando-se como uma voz forte na luta pelos direitos da categoria nos estados do Pará e Amapá.

Ribamar França, um dos fundadores e atual coordenador de Administração e Organização Sindical, destaca a capacidade do Sindicato em se reinventar diante das novas realidades.

“O Sindicato tem se aperfeiçoado muito. Desde os nossos boletins rodados no mimeógrafo há mais de 26 anos atrás, chegando nos dias atuais com as mídias sociais como o Instagram, facebook, “X” e WhatsApp e hoje a gente continua nos atualizando e nos modernizando para atender os anseios da categoria.”

Ribamar também lembra o princípio dessa caminhada. “Eu faria tudo de novo. Eu iniciaria tudo novamente, fundando o sindicato da mesma forma, seguindo a mesma trajetória de luta e mantendo as discussões fundamentais com a base. Foi um movimento altamente positivo dos trabalhadores; avançamos consideravelmente e nos tornamos uma referência nacional.”

Waldson Silva, coordenador de comunicação e também um dos pilares do Sindjuf, destaca a evolução não apenas em termos patrimoniais, mas principalmente nas conquistas e manutenções de direitos para a categoria. Segundo o coordenador, ao longo de 26 anos, ele extraiu as maiores lições de sua experiência sindical ao dirigir uma entidade classista.

Apesar dos momentos de coesão, Waldson Silva fala das ameaças da crescente influência do individualismo no sindicalismo, uma tendência que requer enfrentamento.

“O aparecimento de associações, meramente dinheiristas e de resultados (e milionárias), que ajudaram até eleger governador e que só querem saber de ganhos sazonais, funcionando com o canto da sereia, tem prejudicado muito os sindicatos. E o Sindjuf-PA/AP é um deles. Neste primeiro semestre de 2024 planejamos fazer visitas às bases e ir de encontro ao filiado e não filiado, levando a importância da entidade e o seu principal papel para a categoria: a conquista e a manutenção dos benefícios e direitos.”

O chamado à unidade

O coordenador do Baixo Amazonas, Neivaldo Alves, sublinha a importância da unidade para o sucesso do Sindjuf-PA/AP.

“Não há outra maneira de atingir nossos objetivos senão permanecendo unidos. Hoje, ninguém consegue progredir sozinho; o avanço ocorre por meio da união e ação conjunta. É isso que os governos tentam evitar, buscando isolar as pessoas para desestimular o espírito de luta. É difícil conquistar algo individualmente. A solidariedade e a união são fundamentais para fortalecer o grupo; o sindicato jamais alcançará seus objetivos de maneira isolada. A diretoria é apenas uma representação de uma categoria, e essa categoria só é poderosa e forte se mantiver a união.”

Neivaldo Alves também concorda que a presença física do Sindicato é essencial para que os filiados se sintam acolhidos. “Eu acredito que a visita à base, o contato presencial, deve ser mais frequente, estando a liderança sindical mais presente onde a base se encontra. Cada vez que se realiza uma visita, a categoria se sente valorizada, percebendo a preocupação em entender o ambiente, as necessidades e as demandas.”

A trajetória do Sindjuf-PA/AP é marcada por uma unidade sólida que o transformou em uma referência nacional. Ribamar França orgulha-se do impacto na política sindical.

“O Sindjuf-PA/AP teve um impacto significativo na política sindical, tanto em âmbito nacional quanto local. No contexto dos movimentos dos trabalhadores do judiciário, destacamo-nos, sendo uma referência inigualável no Pará e Amapá. Não surgiu outra entidade capaz de rivalizar conosco, e mantemos uma unificação sem contestações da base. Inquestionavelmente, o Sindjuf veio para ficar, e a decisão de criá-lo e torná-lo uma referência foi totalmente válida. Anteriormente éramos conhecidos como o ‘leão do norte’. Como fundadores da Fenajufe, participamos praticamente de todas as gestões, contribuindo de maneira significativa para os eventos e discussões políticas que impactam nossa categoria.” Afirma Ribamar França.

Mudanças e desafios tecnológicos

Givanildo Quaresma, coordenador do Amapá, destaca as mudanças enfrentadas pelo sindicato ao longo dos anos, especialmente no contexto da modernização e mecanização do trabalho. Ele observa que as tecnologias de comunicação foram fundamentais durante a pandemia, mas também apresentam desafios, como a dificuldade de atrair novos membros.

“O sindicato tem lançado mão de muitas tecnologias de comunicação para despertar o interesse, sobretudo de novos servidores, mas não tem surtido muito efeito. O sindicato tem sido visto como uma mercadoria. “Se eu precisar, eu me filio”. Isso acontece porque o sindicato concorre com outros atrativos, muito mais interessantes e divertidos.”

Conscientização e Renovação

Elizabeth dos Santos, a Beth Bronze, membro da diretoria no Sul do Pará, lembra que os obstáculos fazem parte da trajetória sindical e ressalta que a modernidade vem imprimindo ferramentas aliadas ou aniquiladoras à vida em sociedade e às relações de trabalho.

Ela também fala da dificuldade atual de conscientizar os trabalhadores para a luta coletiva. “falta visão e consciência sindical e política, não conseguem ver que precisamos de entidades que nos representem de forma legal e com responsabilidade, não adianta romantizar o processo de embate entre empregador e empregado, sempre conflituosa. É a força do capital contra a mão de obra, na relação contratual, onde a desigualdade é pertinente, é o descompasso, desequilíbrio entre capital e trabalho.”

Beth também fala do desafio de envolver os mais jovens nessa causa. “Vamos agir hoje, o futuro virá como consequência e envolver os jovens nessa luta, é uma necessidade latente. Como fazê-lo? eis a questão. O SINDJUF-PA/AP, terá que se renovar e inovar. Atualmente estamos perdendo espaço para associações que não tem poder legal de representação, por isso, precisamos conscientizar esses jovens que nossos empregadores não nos dão nenhuma benesse se não for resultado de conquista da categoria. Estamos em retrocesso, chegamos ao ápice da pirâmide e agora descendo ladeira abaixo, entretanto, tem uma parcela de servidores que não se vêem como trabalhadores e sim como uma classe privilegiada, ledo engano.”

Legado e compromisso com o futuro

Mônica Genú Soares, coordenadora de Administração e Organização Sindical, lista outros desafios que o sindicato enfrenta, incluindo a luta pela valorização da carreira judiciária e o combate às opressões em todas as suas formas. Ela destaca a importância de não apenas buscar melhorias salariais, mas também promover o bem-estar no trabalho e a capacitação profissional.

Apesar dos desafios, o Sindjuf-PA/AP continua sua trajetória, deixando um legado para as futuras gerações de servidores. Mônica Genú destaca a importância de agir hoje para moldar o futuro, incentivando a renovação e inovação do sindicato para enfrentar os novos tempos.

“O maior legado que nós coordenadores e coordenadoras podemos deixar para as futuras gerações é o exemplo de como, companheiras e companheiros que somos podemos juntos criar formas de atuação e solidariedade independentemente de onde estivermos e temos a confiança de que podemos mudar a nossa realidade para melhor, a isso podemos chamar de militância sindical, e isso é para todos nós.”

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