O Sindjuf-PA/AP há tempos tem denunciado as dificuldades enfrentadas pelos servidores do TRT8 lotados nos interiores dos Estados do Pará e Amapá, quando o assunto é atendimento médico e hospitalar. Em diversas reuniões com a administração do Plano de Saúde, a insatisfação com a rede de serviços de atendimento do PAS/8ª, especialmente fora das capitais do Pará e Amapá, foi amplamente debatida.
Em 2022, durante uma reunião com a presidência do Plano, já se discutia a necessidade urgente de ampliação da rede de serviços. No entanto, até o momento, as melhorias não foram perceptíveis, apesar do reconhecimento pelo Plano da gravidade da situação e do empenho em buscar novos credenciados.
Durante o período de janeiro a novembro de 2023, o TRT8 lançou o projeto “TRT Presente”, com o objetivo de identificar as demandas das Varas do Trabalho localizadas fora da sede. O tema do Plano de Saúde foi discutido durante essas visitas, como evidenciado na visita à Santarém, onde os servidores expressaram suas preocupações.
Servidores de Santarém e Óbidos sofrem com a carência nos atendimentos
O Coordenador do SINDJUF-PA/AP, Neivaldo Alves, servidor do TRT8, lotado em Santarém/PA, destaca a carência de atendimento médico na região: “Santarém está muito carente em relação ao nosso plano de saúde. O PAS não é aceito praticamente em nenhum lugar. Aqui quando nós precisamos de atendimento médico, recorremos a Cassi e a Unimed, sendo que a Unimed é uma demora muito grande para que os exames sejam feitos. Estamos carentes também de especialistas, quando necessitamos de alguma especialidade precisamos pagar por um atendimento particular. Isso ocorre na área de geriatria, psiquiatria e odontologia. A situação de Óbidos e Itaituba é bem mais precária, os colegas precisam vir até aqui (Santarém) para buscar especialistas. Uma verdadeira situação de penúria.”
Essa situação desafiadora também é vivenciada por Elizabeth Bentes Biá, membro da Diretoria Colegiada do SINDJUF-PA/AP e servidora do TRT8ª lotada em Óbidos/PA, que muitas vezes precisa se deslocar até Santarém para obter atendimento médico especializado, arcando com os custos adicionais de transporte e alimentação.
“É bem difícil a utilização dos planos de saúde na cidade de Óbidos, apesar de termos três opções (PAS, Cassi e Unimed). Nos últimos anos o tratamento é em Santarém, aí já viu a dificuldade para agendar as consultas, as despesas com transporte, alimentação. Só não pago hospedagem porque minhas filhas moram em Santarém, mas é bem complicado sair de Óbidos para tratamento de saúde, pois os exames não ficam prontos no mesmo dia, então muitas vezes demoramos muito para levar os exames para o médico examinar.”
A demora nos resultados de exames teve consequências sérias para a servidora Beth, que viu um nódulo em sua tireoide crescer durante o período de espera de seus exames.
“Fui encaminhada para a médica especialista em tireoide, em março, porém ela não atende o plano, tive que pagar a consulta e começou uma caminhada para a Unimed intercâmbio pagar a cirurgia para retirada da tireoide.”
Beth reclama que apesar de todo o ônus, ela não consegue o reembolso do ressarcimento das despesas. Até o fechamento dessa matéria, ela encontrava-se tentando o ressarcimento desde o mês de março.
Coordenadora do Plano de Assistência à Saúde (PAS/8ª) reconhece os desafios enfrentados e reforça a busca na melhoria dos serviços ofertados
Simone Pipolos Costa, Coordenadora do PAS/8ª, reconhece os desafios e enfatiza que as melhorias serão graduais, envolvendo processos burocráticos e mudanças que demandam tempo.
Simone também informou que o Plano está trabalhando de outras formas, como a tentativa de mudar o edital para ingresso de novos credenciados.
“Estamos buscando credenciamentos, fizemos a consulta de quais seriam interessantes. Estamos fazendo uma readequação do edital, pra que a gente possa buscar contemplar essas pessoas físicas que tem dificuldade com a documentação toda. Então nós estamos estudando junto a assessoria jurídica essas mudanças para estender esse atendimento fora da sede.”
A coordenadora também informou que o Plano está buscando novos credenciamentos e tratativas de convênio direto com hospitais, como o São Camilo em Macapá, visando ampliar o acesso dos usuários aos serviços de saúde.
Simone destaca os benefícios sociais do plano em comparação com outras opções de mercado e assegura que a situação financeira do PAS/8ª está equilibrada. Reuniões periódicas são realizadas para avaliar as condições financeiras do plano. Além disso, ela informa sobre a possibilidade de abertura do atendimento pela CASSI em Belém a partir de junho, e que não há taxas extras para os usuários dentro da jurisdição. A taxa cobrada de 20% é somente para quem optar por fazer uso da CASSI fora da jurisdição e, para esses casos, não há estudo em andamento.
O Sindjuf-PA/AP atualmente implementa um calendário de visitas às bases. Durante essas visitas presenciais, o sindicato se compromete a aproveitar a oportunidade para identificar e discutir questões pertinentes à saúde dos trabalhadores, inclusive ouvindo as demandas e proposições de melhorias relacionadas aos serviços de assistência à saúde dos servidores. Além disso, a assessoria jurídica do sindicato enviará um ofício ao Plano de Saúde, solicitando a resolução dos problemas levantados, com o intuito de garantir o acesso dos servidores aos serviços de saúde adequados. O Sindjuf-PA/AP também se mantém vigilante em relação à situação da assistência à saúde nas áreas mais remotas, comprometendo-se a buscar melhorias viáveis em colaboração com a administração do Plano de Saúde.