terça-feira, 7 maio, 2024
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Dia Internacional das Mulheres Negras: Advogada destaca luta por visibilidade e igualdade

Hoje, 25 de julho, é celebrado o Dia Internacional das Mulheres Negras, Latino-americanas e Caribenhas. Em uma entrevista exclusiva, o Sindjuf-PA/AP conversou com a advogada Helaine Santos Oliveira, membra da comissão de Igualdade Racial, Etnia e Direitos Quilombolas da OAB/PA, que compartilhou suas perspectivas sobre as desigualdades enfrentadas por mulheres negras e a importância da luta por direitos e igualdade.

Advogada Helaine Santos Oliveira, membra da comissão de Igualdade Racial, Etnia e Direitos Quilombolas da OAB/PA

“Não podemos cair na ilusão de achar que a única desigualdade no mundo é a de gênero e social, existe também a desigualdade racial. Então mulheres negras, latinas e caribenhas, infelizmente ainda não são tratadas iguais às mulheres brancas, não temos todos os nossos direitos garantidos na prática. Na prática, sabemos que as mulheres negras são aquelas que estão mais nos trabalhos domésticos, nos trabalhos precários”, afirmou Helaine que lembra que o Dia Internacional das Mulheres Negras, Latino-americanas e Caribenhas foi criado com o propósito de buscar justiça para essas minorias e contribuir para a luta contra o racismo e o sexismo

“Vemos o nosso legado, dos nossos ancestrais que lutaram por igualdade e que também podemos continuar por elas. Já que os dados mostram que as mulheres negras são as maiores vítimas de violência doméstica, são marginalizadas e recebem menos. Então esse dia é para olharmos para o nosso passado, vermos o nosso legado e continuarmos buscando, tendo voz para dizer o que ainda nos aflige e buscarmos a igualdade na prática”, ressaltou Helaine.

Para a advogada, infelizmente, o racismo desumaniza as mulheres negras, muitas vezes retratando-as como fortes, negando-lhes direitos básicos. Helaine destaca que é mais fácil para a sociedade se sensibilizar com a dor de pessoas brancas. Ela lembra que os desafios enfrentados pelas mulheres negras são muitos, abrangendo desde o mercado de trabalho até o atendimento à saúde, passando pelo ambiente escolar e âmbito religioso. “Eu vejo que um dos nossos desafios ainda é pela sobrevivência”, observou Helaine.

Porém, mesmo diante de todas as adversidades, Helaine enfatiza a importância de se inspirar no passado, nas conquistas das ancestrais, para lutar por um mundo melhor para as futuras gerações.

“Sim, o racismo existe, o sexismo, a desigualdade, mas nós continuaremos lutando. Nós mulheres negras sempre fomos resistência e continuaremos sendo”, conclui a advogada.

O Dia 25 de julho, no Brasil, também é o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Tereza de Benguela viveu como líder do Quilombo do Quariterê, considerado o maior do Estado do Mato Grosso. Sob a liderança de Tereza, o quilombo contava com uma defesa fortificada e um sistema de governança que lembrava um parlamento. Após anos de luta, Tereza foi capturada e morta por bandeirantes. No entanto, sua memória e legado são lembrados como símbolo de resistência e coragem.

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