A Marcha Mundial das Mulheres, uma coalizão global que luta pelos direitos das mulheres e pela igualdade de gênero, emitiu uma nota em relação ao assassinato de “Mãe Bernadete”. A líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, localizada no município de Simões Filho, na Bahia, foi assassinada na noite dessa quinta-feira (17).

Leia o comunicado na íntegra:

Nós, da Marcha Mundial das Mulheres, estamos consternadas com o assassinato de Maria Bernadete Pacífico, Mãe Bernadete, Coordenadora Nacional da CONAQ e liderança do Quilombo Pitanga dos Palmares, no município de Simões Filho, estado da Bahia.

Nos solidarizamos com a povo quilombola, os filhos e filhas de Mãe Bernadete e com as companheiras da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos.

Mãe Bernadete foi executada em seu terreiro. Era uma liderança corajosa e sábia, lutava contra o racismo e pelos direitos quilombolas. Seu filho, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, conhecido como Binho do Quilombo, também era um lutador e foi assassinado em 2017. Em honra a ela, à sua vida, seguimos em marcha até que todas sejamos livres.

Queremos justiça. Queremos, sobretudo, um país em que as lideranças do povo não sejam mortas na luta por direitos. Voltamos da Marcha das Margaridas com uma agenda de reivindicações, e destacamos a urgência da 8a reivindicação: “criar mecanismos para combater os altos índices de violências aos corpos e à vida das defensoras quilombolas, lideranças de seus territórios, constantemente ameaçadas de morte”. Cumpra-se! Chega de racismo! Vidas quilombolas importam!