Números da covid seguem em queda no Brasil, mas OMS alerta para falsa sensação de segurança. Variante delta elevou em 80% número global de casos nas últimas quatro semanas
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que a variante delta avança em todo o mundo e, portanto, a pandemia está longe do fim. A entidade reafirma que é preciso atenção para a falsa sensação de segurança que vai tomando países como o Brasil, em que as medidas de contenção do contágio estão sendo relaxadas. Identificada pela primeira vez na Índia, a nova mutação do coronavírus é até 70% mais contagiosa, com maior poder de infecção do que doenças como ebola, H1N1 e catapora.
As alterações da nova cepa também derrubam a eficácia de vacinas, especialmente quando encontra um organismo que tenha recebido apenas a primeira das duas doses. Contudo, estudos indicam que a imunização completa segue eficaz, e a recomendação é para que todos se vacinem com duas doses o quanto antes. Além de manter o mais possível o distanciamento social, os cuidados com a higiene das mãos e o uso de máscaras.
A OMS já comunicou que a variante delta será dominante no Brasil dentro de algumas semanas. Por enquanto, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul já identificaram transmissão comunitária do vírus. Ou seja, é uma questão de tempo. Hoje, predomina no Brasil a variante gamma, identificada pela primeira vez em Manaus. Com o avanço da delta, espera-se o aumento de casos. “Se o número de casos aumenta, também aumenta a proporção daqueles que podem ser graves ou exigir internação hospitalar”, afirma o assessor regional em Enfermidades Virais da Organização Pan-americana de Saúde (Opas) e da OMS, Jairo Mendez Rico.
Realidade
Nas últimas quatro semanas, a variante delta fez o número global de casos de covid-19 crescer em 80%. A maior parte do mundo observa o aumento brusco de infecções, particularmente regiões com baixo índice de vacinação, como Ásia e África. Na África, por exemplo, apenas 1,5% da população está vacinada. Na Europa, mesmo com recente e expressivo aumento de casos, as mortes não seguem no mesmo ritmo. Isso, porque a imunização completa no continente beira os 50%, comprovando a eficácia dos imunizantes.