Os funcionários dos Correios aderem também à mobilização em defesa do serviço público na quarta-feira, dia 18
A paralisação dos trabalhadores dos Correios está marcada para começar nesta terça-feira (17). A proposta da greve é convergir com a paralisação nacional dos servidores públicos, marcada para a quarta-feira (18) contra a reforma administrativa.
Após aprovação do Projeto de Lei (PL) 591/2021, que privatiza a empresa pública, na Câmara dos Deputados, o projeto segue para o Senado.
Tal decisão foi tomada em plenária nacional da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect). Além do risco de privatização, a greve debate também o andamento da campanha salarial 2021/2022.
No Paraná, uma das estratégias do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Paraná (Sinticom) é a tentativa de agenda com os três senadores do estado, todos eles do partido Podemos: Álvaro Dias, Flávio Arns e Oriovisto Guimarães.
“É preciso dialogar com eles e convencê-los de que a privatização dos Correios trará prejuízos para toda a nação brasileira e deixará milhares de trabalhadores desempregados e outros completamente precarizados”, afirma o sindicato em nota.
Dias, por exemplo, historicamente sempre teve posição vacilante sobre o tema da privatização. Foi contra a tentativa de privatização da Copel de energia, no ano de 2001. Porém, coloca-se ao lado de governos de iniciativa privatista.
Os trabalhadores ecetistas chamam a atenção para o risco de monopólio dos Correios que passaria a ser um monopólio privado. Afirmam também que a empresa é, ao mesmo tempo, lucrativa, eficiente e com enraizamento nas pequenas cidades, dando conta de serviços de entrega de remédios à urnas eleitorais. Entre as medidas do PL, o risco de demissões é colocado como preocupação.
“O período de estabilidade de 18 meses, previsto no relatório de privatização, será usado para que os trabalhadores possam transferir conhecimento e, logo depois, serem demitidos para que o futuro explorador dos Correios contrate mão de obra precária, uberizada, sem direitos e sem vínculos, a exemplo do que as grandes redes varejistas já fazem hoje”, destacou Alexsander Menezes, diretor do Sinticom.
De acordo com o site da Central Única dos Trabalhadores (CUT), a greve também se coloca contra a retirada de itens Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) dos ecetistas, 50 entre 79 benefícios teriam sido retirados por decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) durante a campanha salarial de 2020.
Fonte: BdF Paraná
Edição: Frédi Vasconcelos
Foto: Giorgia Prates
Reprodução: Brasil de Fato