O que aumentou foi emprego sem carteira assinada e trabalho por conta própria. Resultado: o rendimento real é o menor desde 2012
Com o aumento dos empregos sem carteira assinada e do trabalho por conta própria, portanto sem direitos como férias, 13º salário e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), a taxa de desemprego no trimestre do trimestre móvel de setembro a novembro de 2021 caiu para 11,6%, atingindo 12,4 milhões de brasileiros.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira (28), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O arrocho salarial – em 2021, quase metade das negociações salariais ficou abaixo da inflação – e as novas vagas com salários mais baixos, contribuiram para a queda do rendimento real dos trabalhadores (-4,5%) em relação ao trimestre anterior, para R$ 2.444. É o menor rendimento da série histórica do IBGE iniciada em 2012, revela a pesquisa.
A precariedade dos empregos também aparece nos dados relacionados ao número de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado, que subiu 7,4% e atinge 12,2 milhões de pessoas em relação ao trimestre anterior.
O mesmo acontece em relação aos de trabalhadores por conta própria, que cresceu 2,3% (mais 588 mil pessoas) e atinge 25,8 milhões de brasileiros. A comparação anual revela um aumento ainda maior dos sem direito que tiveram de se virar para conseguir renda, 14,3% (3,2 milhões de pessoas trabalham por conta própria.
Já a população subutilizada, pessoas que gostariam de trabalhar mais horas e não conseguem, de 29,1 milhões de trabalhadores, diminuiu 7,1% (menos 2,2 milhões de pessoas) frente ao trimestre anterior (31,3 milhões de pessoas) e 11% (menos 3,6 milhões de pessoas) no confronto com igual trimestre de 2020 (32,7 milhões de pessoas subutilizadas).
A população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas (7,6 milhões) também caiu 2,7% ante o trimestre anterior (redução de 214 mil pessoas) e subiu 11,7% no ano (6,8 milhões de pessoas).
A população fora da força de trabalho – pessoas ocupadas e desocupadas -, de 64,8 milhões de pessoas, recuou 2,0% (menos 1,3 milhão de pessoas) ante o trimestre anterior e caiu 6,7 % no ano (menos 4,6 milhões de pessoas).
A população desalentada (4,9 milhões de pessoas) caiu 6,8% (menos 356 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e reduziu 14,4% (menos 819 mil pessoas) frente a igual período de 2020.
A taxa de informalidade foi de 40,6% da população ocupada, ou 38,6 milhões de trabalhadores informais. No trimestre de julho a agosto, a taxa havia sido 40,6% e, no mesmo trimestre de 2020, 38,7%.
► Confira aqui mais dados da pesquisa.
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz
Foto/Crédito: Fotos Públicas/ Camila Domingues/ Palácio Piratini (imagem licenciável)