domingo, 28 abril, 2024
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Psicóloga fala sobre os impactos do assédio moral, sexual e da discriminação na saúde mental dos trabalhadores

Na noite dessa terça-feira (12), para conversar sobre os efeitos do assédio moral, sexual e da discriminação na saúde mental dos trabalhadores, o Sindjuf-PA/AP chamou para um bate papo virtual a psicóloga Vanessa Aquino Garcia que trouxe seus conhecimentos sobre o tema que afeta profundamente a vida dos trabalhadores, especialmente no âmbito do Poder Judiciário.

Vanessa compartilhou informações durante o encontro, incluindo os resultados de uma pesquisa que realizou com aproximadamente 15 servidores do Poder Judiciário no Estado do Rio Grande do Sul. Ela admitiu que enfrentar os relatos das vítimas de assédio foi uma tarefa difícil.

Características dos agressores e os desafios na identificação do assédio

A psicóloga destacou que muitos agressores podem apresentar características de personalidade narcisista: É Uma conduta impositiva que não há espaço para a outra pessoa argumentar e se posicionar. Esses agressores tem tendência a repetir padrão de comportamento e a vítima acaba naturalizando esses abusos.

Vanessa ressaltou a dificuldade de identificar o assédio moral, já que muitas vezes as vítimas naturalizam essas situações hostis. “a agressão moral geralmente começa muito pequena e essas exigências vão aumentando e ultrapassando limites daquilo que é aceitável e passa a ser de fato uma violência. É triste saber que algumas pessoas estão sofrendo com essas violências e que estão acostumadas com ambientes tão hostis. E o nosso trabalho como pesquisadores é justamente se debruçar sobre os dados.”

Além disso, Vanessa observou que algumas categorias profissionais, como policiais, profissionais da educação, do judiciário e da saúde, especialmente os enfermeiros, estão particularmente vulneráveis ao assédio moral.

Lideranças tóxicas

A palestrante também provocou uma reflexão sobre os agressores: “Estamos prestando atenção aos nossos colegas? Será que eles reconhecem seu comportamento como assédio, ou acreditam que é apenas uma característica de personalidade difícil?”

A psicologia compreende que todas as formas de assédio e discriminação são violentas e podem resultar em danos patológicos, somatização, depressão e, em casos extremos, ideias suicidas.

Vanessa enfatizou que a abordagem mais eficaz é o acolhimento e uma escuta genuína. “todos os estudos, eles nos dizem que um dos melhores caminhos é o acolhimento. É a escuta verdadeira dessa pessoa que está em sofrimento. É poder ouvir sem nenhum tipo de julgamento moral.”

Ela também chamou a atenção para o estereótipo errôneo de liderança, que muitas vezes valoriza características negativas, como agressividade e falta de empatia, criando uma cultura de liderança tóxica que causa danos.

O evento, organizado pelo Sindjuf-PA/AP, integrou as iniciativas de apoio à campanha “Setembro Amarelo”. Durante o evento, os filiados participaram ativamente, compartilhando opiniões e experiências, destacando que o assédio moral, assédio sexual e discriminação exercem impactos não apenas sobre as vítimas, mas também sobre todo o ambiente de trabalho. Os esclarecimentos trazidos pela psicóloga Vanessa reforçaram a necessidade permanente das instituições adotarem medidas concretas para erradicar tais práticas.

O evento aconteceu por meio de uma transmissão particular pelo aplicativo Zoom. Em breve alguns recortes da programação estarão disponíveis nos meios de comunicação do Sindicato.

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