quarta-feira, 8 maio, 2024
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Servidores do TRE-SP repudiam perseguição a diretora sindical e assédio no Judiciário

Em assembleia realizada na última quinta-feira, 1º de setembro, os servidores do TRE manifestaram repúdio à perseguição sofrida pela diretora do Sintrajud Raquel Morel Gonzaga e ao assédio moral e sexual no Judiciário, exigindo mudança na postura dos tribunais para coibir e punir os abusos. A assembleia aprovou a realização de um ato no TRE, em data a ser definida.

A manifestação aconteceu no saguão da sede Miquelina, denunciando a tentativa de cercear a atuação sindical, depois de o TRE instalar uma sindicância investigativa contra a servidora e dirigente do Sintrajud, que integra a comissão do tribunal para o combate ao assédio e à discriminação. A sindicância investigativa foi aberta a partir de um despacho do diretor-geral do Tribunal, Cláucio Correa.

Além desse caso, a categoria assistiu nos últimos meses ao escândalo das denúncias de assédio e violência sexual no TRT-2, cometidos pelo juiz substituto Marcos Scalercio, e à demissão da oficiala de justiça do TRF-3 e diretora do Sintrajud Beatriz Massariol.

Em ambos os tribunais, os servidores fizeram atos de protesto e a categoria deflagrou uma campanha pela reintegração de Beatriz, com abaixo-assinado, manifesto assinado até o momento por mais de 70 personalidades públicas e recurso administrativo contra a demissão. Na assembleia desta quinta-feira, os servidores do TRE também aprovaram o apoio à reintegração da oficiala de justiça. Em relação ao juiz Marcos Scalercio, além de organizar o protesto no TRT juntamente com outras entidades, o Sindicato vem acompanhando o caso e cobra a rápida apuração das denúncias.

“O assédio está institucionalizado no Judiciário”, afirmou a servidora aposentada Cláudia Sperb, diretora do Sindicato. “Sabemos como isso acontece nos locais de trabalho e no ambiente virtual é ainda pior”, acrescentou.

 

“A administração precisa ter uma postura de combate efetivo ao assédio; não é possível termos aqui algo semelhante ao que aconteceu no TRT”, alertou Raquel, lembrando que o tribunal trabalhista arquivou o processo contra o juiz Marcos Scalercio quando as denúncias apareceram pela primeira vez, há mais de um ano.

A dirigente recordou ainda que no ano passado o TRE chegou a esboçar a relotação forçada de quatro servidores da sede do Tribunal, incluindo ela própria. “A única justificativa dada naquela ocasião foi de que as pessoas não estavam ‘alinhadas’ à seção”, apontou.

Sistema produtivo

Vários servidores e dirigentes do Sindicato destacaram durante a assembleia a relação entre o assédio e o modelo de funcionamento do Judiciário, bem como do serviço público em geral, decorrente de reformas que impuseram o cumprimento de metas e outros mecanismos de pressão utilizados na iniciativa privada.

O servidor Elizaldo Veríssimo (Ely) observou que as mulheres sãs as vítimas preferenciais tanto do assédio moral como do assédio sexual. Veríssimo, que também é psicólogo, chamou a atenção para o grande número de mulheres no Brasil sofrendo de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), problema típico de zonas de guerra. “Isso mostra que o assédio tem desdobramentos e que nosso sistema produtivo é adoecedor”, declarou.

Outro aspecto destacado na assembleia foi a importância de os servidores contarem com o apoio do Sintrajud para denunciar e enfrentar o assédio. “Muitas vezes a pessoa se sente sozinha, mas o Sindicato está de portas abertas para recebê-la e fazer a denúncia”, disse a servidora aposentada Rosana Nanartonis.

O Sintrajud mantém aberto o canal de denúncias de assédio, bastando preencher o formulário abaixo para comunicar a entidade e buscar acolhimento e atendimento. Sobre o assédio sexual, o Sindicato lançou em 2018 a cartilha “Assédio sexual: a culpa nunca é da vítima” (leia aqui) e realizou um seminário  em 2019, no auditório do Fórum Ruy Barbosa.

Fonte: Sintrajud-SP

Foto/Crédito: Cláudio Cammarota

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