O jornal Correio Braziliense noticia nesta terça-feira, 21, que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pode retirar a reforma administrativa (PEC 32/2020) da comissão especial onde hoje tramita e enviá-la diretamente ao Plenário. Um ato de desespero frente às dificuldades que o governo enfrenta para reunir os votos necessários na comissão. Enquanto isso, a pressão de servidores e servidoras aumenta e, também nesta terça, representantes de diversas categorias realizaram ato no aeroporto de Brasília, com participação do Sintrajufe/RS, que enviou delegação à capital federal mais uma vez.
Um técnico da Câmara entrevistado pelo Correio Braziliense explica a possível mudança de rumos de Lira e do governo em relação à tramitação da PEC: “Os comentários foram muito fortes. Oficialmente, não há nada confirmado, mas, em reuniões reservadas, dizem que ele muda o tom e ameaça pôr um fim às discussões de qualquer jeito”. Na comissão, é necessário apenas maioria simples para aprovar a proposta, e mesmo assim as dificuldades encontradas pelo governo são grandes – tão grandes que Lira ameaça pular essa etapa. No Plenário, onde o mapeamento de votos é ainda mais difícil, o governo precisaria de três quintos dos deputados, ou seja, 308, em dois turnos de votação. Uma possível decisão de retirar a matéria da comissão sem votá-la e enviá-la direto ao Plenário seria, assim, um ato de desespero do governo frente à crise e à impossibilidade de construir um acordo em torno do texto entre os integrantes da comissão.
Lira já admitiu que não tem os 308 votos
Marcada para a semana passada, a votação da PEC na comissão foi adiada devido ao medo do governo de não conseguir os votos necessários. Na última quinta-feira, 16, em um evento promovido por uma empresa de consultoria, Lira admitiu as dificuldades: disse que “ainda está havendo muito ruído” sobre a reforma e que, assim, “optamos em fazer a votação na terça e ela irá a plenário na quarta, depois de discussão com todos os partidos, porque não podemos errar no placar”. Ou seja, o governo ainda não conseguiu reunir os votos que precisa para aprovar a proposta, em uma situação que já vem se arrastando há meses, inclusive com reiteradas alterações no parecer apresentado pelo relator, Arthur Maia (DEM-BA), que se desdobra para, em meio às pressões, buscar os apoios de que precisa.
Ampliar a pressão
Com o possível envio ao Plenário, o momento é de reforçar a pressão sobre deputados e deputadas e derrotar de vez a PEC. Nesta semana, como na última, o Sintrajufe/RS está em Brasília participando de todas as atividades de luta contra a reforma, juntamente com diversas entidades de todo o país. Na manhã desta terça, o sindicato esteve no ato realizado no aeroporto da capital federal, onde servidores e servidoras formaram um corredor para a chegada de parlamentares à cidade. Com faixas e cartazes, trabalhadores e trabalhadoras cantavam “Não não não! À PEC 32!” e avisavam que “se votar não volta”.
À tarde, o sindicato participa de ato no Anexo 2 da Câmara. É o local onde deve ocorrer a continuação da discussão da PEC na comissão especial, enquanto Lira não toma a decisão de levar a proposta diretamente ao Plenário. Ao longo do dia, o Sintrajufe/RS irá atualizar as informações com novas publicações no site e nas redes sociais da entidade.
Foto/Crédito: Lula Marques (FOTOS PÚBLICAS)
Fonte: https://sintrajufe.org.br/ultimas-noticias-detalhe/urgente-sem-conseguir-votos-na-comissao-especial-lira-quer-levar-pec-32-diretamente-ao-plenario-em-brasilia-sintrajufe-rs-participa-de-pressao-contra-proposta/