quarta-feira, 12 março, 2025
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Professores do Pará entram em greve contra retrocessos na educação e mudanças no magistério

Com informações do Sintepp e Sinasefe

Na manhã desta quinta-feira, 23 de janeiro, trabalhadoras e trabalhadores da rede estadual de ensino do Pará decidiram paralisar suas atividades em uma greve histórica contra as ações do governo de Helder Barbalho, que, segundo a categoria, ameaça os direitos conquistados ao longo de anos de luta. A principal exigência é a revogação da Lei 10.820/2024, considerada um verdadeiro retrocesso para o magistério, que altera profundamente a estrutura do sistema educacional do estado.

A decisão pela greve foi tomada de forma unânime pelos docentes, que acusam o governador e o secretário de Educação, Rossieli Soares, de desrespeitar a classe e os direitos da educação pública. Entre as mudanças mais controversas está a revogação de cinco leis fundamentais para a categoria, como o Estatuto do Magistério e o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR). Os professores afirmam que a reforma retira benefícios essenciais e precariza ainda mais as condições de trabalho no estado.

O que muda com a Lei 10.820/2024?

De acordo com os educadores, a nova legislação promove alterações que afetam diretamente a profissão e os direitos dos professores. Entre os principais pontos de discordância estão:

  1. Descaracterização do Magistério Público da Educação Básica – A lei reduz a categoria de “Magistério Público da Educação Básica” a um simples professor e especialista em educação, contrariando normativas federais.
  2. Alteração na jornada de trabalho– A hora-aula, que antes tinha 45 minutos, agora é considerada “hora-relógio” de 60 minutos, o que implica uma sobrecarga para os docentes.
  3. Fim das progressões na carreira– O sistema de progressão vertical e horizontal por tempo de serviço é substituído por uma avaliação de desempenho profissional que será definida por atos do secretário de Educação, o que gera insegurança para os trabalhadores.
  4. Proibição de aulas suplementares – Professores que não estiverem em regência de classe por mais de 30 dias ficam impedidos de receber aulas suplementares, afetando principalmente aqueles em afastamento por aposentadoria, férias ou readaptação.
  5. Novas gratificações com efeitos negativos– A criação de diversas gratificações, como a de atividade no Centro de Mídias da Educação Paraense (CEMEP) e de dedicação plena ao Ensino Integral, não integra a base de cálculo da contribuição previdenciária e não será incorporada aos proventos de aposentadoria.
  6. Gratificação para Educação Especial– A gratificação de R$ 1.400,00 para professores que atuam na Educação Especial será paga apenas para aqueles que desempenharem jornadas de trabalho de 100 horas semanais, o que se traduz em um valor de remuneração incompatível com o trabalho que requer especialização.

Indignação e resistência

A aprovação da Lei 10.820/2024, segundo os professores, representa um ataque direto às conquistas históricas da categoria e à qualidade da educação pública no estado.

Enquanto o governo estadual tenta justificar as mudanças como necessárias para a modernização e reorganização da educação, os professores argumentam que o que está em jogo é o futuro das próximas gerações e a dignidade da classe. Eles prometem seguir mobilizados até que suas reivindicações sejam atendidas e seus direitos restaurados.

Ocupação indígena continua na sede da SEDUC contra a Lei 10.820/2024

Desde o dia 14 de janeiro, lideranças e educadores indígenas de diversas etnias do Pará ocupam a sede da Secretaria de Educação do Estado (SEDUC) em protesto contra a Lei 10.820/2024, aprovada no final de 2024, e os retrocessos que ela impôs. As mudanças que geraram indignação entre os povos indígenas incluem o fechamento de turmas no Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME), impactando diretamente a educação nas comunidades, além da proposta do governo de substituir os professores locais por aulas online, o que é amplamente rejeitado por não atender às necessidades e realidades específicas dessas populações.

Não vai ter COP, vai ter luta

A poucos meses da COP 30, Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas que acontecerá entre os dias 10 e 21 de novembro em Belém, os manifestantes aproveitam a visibilidade internacional que o evento traz para denunciar as mazelas sociais e os retrocessos promovidos pelo governo de Helder Barbalho. Com a hashtag #ForaHelderBarbalho, os protestos ganham força, aproveitando o momento em que os olhos do mundo estão voltados para o Pará para chamar atenção para as injustiças que afetam a população, especialmente as comunidades indígenas, trabalhadores da educação e movimentos sociais. “Não vai ter COP, vai ter luta” é o lema que ressoa nas ruas, simbolizando a resistência contra as políticas públicas que prejudicam os mais vulneráveis.

Com a greve deflagrada, os impactos nas escolas estaduais são imediatos, afetando milhões de estudantes em todo o estado. A luta dos professores, no entanto, promete continuar enquanto o governo não recuar e não atender às suas justas reivindicações.

Veja a manifestação da categoria nas redes sociais

 

 
 
 
 
 
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