Pretas e Pretos: Encerramento do Encontro Nacional aprova moção de repúdio ao jornal ” o Estadão” por divulgar imagem de cunho racista
Encontro Nacional de Pretas e Pretos se encerrou neste domingo(27) com o debate do “enegrescimento” da Federação. A mesa de discussão ficou sob o comando da comissão organizadora composta pela coordenadora geral Sandra Dias e os coordenadores Luiz Cláudio Correa e Jaílson Lage, das coordenações de Combate às Opressões e de Formação Política e Sindical, respectivamente.
O segundo dia de debates raciais teve início com a apresentação de um documentário produzido pelo Sindicato dos Trabalhdores do Judiciário no estado do Rio Grande (Sindjus/RS),estado reconhecidamente racista, e foi cedido pela Fenajud. O DOC mostrou dificuldades, preconceito e racismo revivenciado pelos personagens. Importante registrar que os persanagens, hoje, na maioria são servidores do Judiciário.
O tema “Enegrecendo a Fenajufe: desafios da auto-organização dos pretos e pretas no movimento dos(as) trabalhadores(as) do judiciário – limitações, experiências e tarefas”, trouxe emoção nos participantes.
A coordenadora Sandra reviveu momentos de sofrimento ao relatar situações de racismo vivenciados por ela. Situações idênticas foram compartilhadas pelo coordenador Luiz Cláudio. Sandra considerou importante o debate racial na categoria e principalmente nas instâncias da Fenajufe.
A dirigente lembrou que ao ser eleita no último Congrejufe, afirmou que iria provocar o debate racial dentro da Federação.“Minha intenção era trazer esse protagonismo das negras e negras para dentro da Fenajufe”. e que espera estar “conseguindo trazer isso de forma mais presente. Trazendo. Para ela o “enegrecer a Fenajufe traz muitos desafios além de mobilizar a categoria e reconheeu que a pauta identitária dentro da atuação sindical é esvaziada e menosprezada.
Luiz Cláudio relembrou que enxergou no concurso público a opção de proporcionar “vida melhor para a família” e os direitos que o trabalhador da iniciativa privada não tinha. Luiz falou de racismo estrutural existentes nas instituições e ressaltou resolução do CNJ que institui cotas raciais para ingresso nos órgãos do PJU inclusive para contratação de terceirizados, mas que essas cotas não são cumpridas.
Segundo ele, essas vagas são preenchidas através de indicação por “gente do alto escalão” e por pessoas brancas. E que é preciso lutar para acabar com isso e é um papel da Federação. Essa portunidade de Justiça social está sendo roubada dentro do serviço público, dentro do Judiciário.
O coordenador considerou também muito importante o debate na Fenajufe, mesmo reconhecendo as dificuldades d enfrentadas para a realização desse encontro. O coordenador relembrou ainda que as cotas de paridade de gênero e raça só foi implantada no último congrejufe, realizado esse ano, na cidade de Alexânia em Goíás.
O último dia de evento acolheu as propostas que foram apresentadas pelos representantes dos sindicatos e após lidas e consensuadas pelo plenário, serão encaminhadas para análise da diretoria executiva da Fenajufe.
► Conheça algumas delas:
- Plenário aprovou Moção de reúdio sobre matéria do jornal “ O Estadão” que usa uma imagem de mão negras para ilustrar o atentado realizado por homens brancos no estado do estado do Espírito Santo;
- Criação do Coletivo Nacional de Pretas e Pretos da Fenajufe;
- Que a Fenajufe passe a aplicar a contratação de trabalhadores observando o perfil racial da sociedade brasileira;
- Criar o Coletivo Nacional de Pretos e Pretas da Fenajufe ;;
- Que no ano de 2023 o encontro Pretas e Pretos se realize na semana da Consciência Negra – dia 20 de novembro;
- Oficinas culturais nos próximos encontros;
- Criação de um núcleo de Pretos e Pretas em cada sindicato;
Joana Darc Melo / Fenajufe
* esse texto será atualizado nas próximas horas